domingo, 13 de julho de 2008

A propósito de Clint Eastwood...

Na semana passada e nesta os Canais de Filmes da ZonTvCabo, transmitiram os filmes "Flags of our Fathers" e" Letters from Iwo Jima".Nunca vou ao Cinema, mas vejo imensos filmes em casa, uns óptimos, outros nem por isso.



É opinião consensual que Clint Eastwood foi a maior surpresa das últimas décadas, ao passar do durão dos policiais"Dirty Harry" e do registo dos Western-Spaghetti,para filmes de enorme sensibilidade onde tem aparecido como actor e realizador, desta vez aliado a Steven Spielberg.
Tenho me interessado bastante ultimamente, culpa talvez do "Canal de História" ,por documentários da 2ª Guerra Mundial, não por ser belicista, mas porque afinal eu nasci com ela.

A maior parte dos filmes americanos deste género, focam o lado "aleluia" como diz uma filha minha ,dos americanos, a glorificação desmedida dos seus soldados, em que eles são sempre os bons e os outros os maus, quando sabemos que não corresponde à verdade.Basta os relatos do Iraque e doutras guerras anteriores como a do Vietname.
Mas não serão as Guerras todas iguais na sua brutalidade, nas mortes e chacinas evitáveis?

Clint Eastwood e os autores dos livros onde foram baseados os argumentos dos filmes, revelaram grande coragem ao irem contra a hipocrisia do seu país.

Para quem não viu os filmes,estes relatam a tomada da Ilha de Iwo Jima pelos americanos focando o seu ponto de vista no 1ºe o dos japoneses no 2º.


O 1º filme além do desenrolar da batalha,mostra uma faceta trágico-cómica dos intervenientes numa foto famosa que correu mundo no hastear da bandeira americana no monte em Iwo Jima.Afinal vimos a saber ao longo do filme que era tudo uma farsa, não a batalha em si,mas a verdadeira identidade dos que lá tinham estado, uma vez que alguns tinham morrido.

E à boa maneira americana, o tal espírito "aleluia" andavam 3 jovens, um marujo, um nativo americano e outro do exército de Estádio em Estádio a fazer propaganda do seu "heroísmo" para conseguirem fundos para a guerra que iria matar outra fornada de rapazes como eles.E se recusassem a alternativa seria terem que voltar para a frente de batalha.
O 2º filme além da batalha focada pelo lado dos japoneses mostra vários tipos de indivíduos, como o fanático Tenente ,o refinado Coronel humanista que vivera na América e era Campeão Olímpico de Hipismo ,o soldado protagonista que só se quer safar(e safa)que deixa a sua simples vida de padeiro e a mulher grávida.
A grande mensagem vem pela boca dos soldados japoneses ,carne para canhão dizimados ás centenas por falta de armas e de comida.Ao ouvirem a tradução de uma carta escrita pela mãe dum soldado americano capturado ,que morrera junto deles -afirmam que afinal as recomendações e as palavras de ternura das respectivas mães eram iguais e que pouca diferença havia entre eles, jovens atirados para uma guerra muitas vezes com falsos pretextos.

Esta forma de misturar a guerra operacional com o aspecto psicológico dos jovens americanos e japoneses está feita de forma magistral.Recomendo os dois filmes pois são fora de série.

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