domingo, 28 de dezembro de 2008

O Meu Primeiro Bisneto nasceu no Dia de Natal....




Já se sabia que seria por esta altura mas nunca pensámos que seria mesmo no dia 25 de Dezembro.Bravo Melanie, isso é que foi pontaria !
Há muito que não escrevia no Blog,por falta de tempo, disposição , sei lá, mas não posso deixar de assinalar este feliz acontecimento.
Bemvindo querido Keyran?? ,não sei se escrevi bem, espero que não te esqueças da família de Portugal lá na distante Bremen onde nasceste.Embora todos cá da família falem inglês só eu e a tia Ana sabem alemão, mas esperamos que venhas a aprender português com a tua avó Cláudia.
Outra coincidência neste caso é que eu fui avó pela primeira vez precisamente na mesma idade 42 anos, que agora a minha filha Cláudia, a avó do bebé tem só que a Sofia teve a M. aos 20 e a Mely tem 23 anos,muito nova pelos padrões actuais em que se é mãe muito mais tarde.
Como ainda não tenho foto do menino aqui está a da mãe e avó.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Impressões renovadas sobre o meu neto..

Não o via há algum tempo, embora falasse com ele ao telemóvel com frequência.
Respondia-me como um menino crescido e seguia a conversa,embora metade dela eu não percebesse, pois queria contar-me acontecimentos passados com ele em que eu não tinha estado presente.

Sei como ele é esperto mas não estava à espera que um menino de 2 anos e meio fizesse o que ele fez.
Pegou no DVD do Pocoyo abriu-o ligou o leitor e a gaveta, colocou o DVD e sentou -se a ver. Quando terminou ,abriu a gaveta do leitor ,tirou o DVD, colocou-o de novo na caixa, desligou o leitor e terminou desligando o LCD no devido botão.Se não se modificar, tenho esperança que seja mais arrumado que a progenitora, e que continue como hoje a gostar de livros- sabe o seguimento das histórias de cor, através dos desenhos e interage connosco quando as lemos.
Acompanho-o no dia a dia desde que nasceu, até ir para a Creche, talvez por isso ele está tão à vontade comigo, dá-me a mão no carro e muitos abraços e ternurinhas.
Estou mesmo babada, não acham? Todos sabem como eu adoro bebés e meninos destas idades ternurentas ,o que dizer dum netinho tão fofo como ele !

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Menino de Cabul

Com o problema da falta de computador perdi muito da frescura de impressões sobre o livro e filme com este título, em inglês "The Kite Runner",pois por coincidência há mês e meio que ao sentar-me para opinar sobre os dois o computador não arrancou e resolvi não o mandar arranjar.
Quem me chamou a atenção para eles foi a minha filha da Alemanha que o vira no cinema e lera o livro.
Resolvi aproveitar uma promoção de lançamento dos dois-filme e livro e confesso que a primeira impressão -vi primeiro o filme, foi excelente.Ainda mais a confirmei ao ler o livro que é 95%igual ao filme.Filmes sobre amizades infantis são comuns mas este é passado no Afeganistão e é biográfico.
Imaginem que tinha a ideia feita que o Afeganistão era apenas a terra das Bhurkas e dos Mujaheddins , da invasão dos russos, e posteriormente da tomada do poder por fanáticos religiosos e claro da actual Guerra com os Americanos e outros.
Mas a conclusão que se tira à medida que se lê é que a humanidade não tem raça tem os mesmos sentimentos onde quer que esteja a viver e este livro é um pungente libelo contra as guerras, o racismo, os tabus e a crueldade do amor-feroz mas redentor.Ambos transformam a vida de Amir , o menino de Cabul, o campeão de lançamento de papagaios de papel, desporto nacional no país.
Amir, nos tempos da monarquia é um privilegiado, tem pai rico e culto ocidentalizado e perdeu a mãe à nascença uma jovem professora universitária.Em casa dele vive Ali e o seu "filho" Hassan da etnia" Hazara",descendente dos mongois e xiita enquanto ele é "Pachtun" e sunita.
Mas o pai de Amir não ligava a nenhuma religião e por isso lá em casa embora fossem criados e Hassan não fosse à escola eram companheiros de brincadeiras como os pais de ambos o tinham sido.Mas para mal dos pecados de Baba(Pai ) Amir era a antítese do pai, gostava de livros e de escrever contos e detestava armas e brincadeiras violentas e algo cobarde ao contrário do amigo Hassan que não tinha medo de nada e lançava a fisga como um mestre.
O Baba disse um dia ao filho algo que o marcou para toda a vida:
"Quando alguém mata um homem, rouba uma vida, rouba à mulher dele um marido, um pai aos seus filhos.Quando dizemos uma mentira, roubamos o direito à honestidade.Não há nada mais abjecto de que o roubo.

A classe alta em Cabul vivia em moradias ricamente decoradas os miúdos iam a Colégios Particulares, tinham bicicletas de marca e frequentavam o cinema no Irão e imagine-se os dois garotos já tinham visto 13 vezes!!!"Os Sete Magníficos" e julgavam que os actores americanos falavam parse e eram iranianos, imitando- os ,brincando aos cowboys
.
A cobardia de Amir ao deixar que o seu amigo Hassan fosse violado por um colega da escola dele que era um rufia ,embora filho de uma alemã e de um afgão rico ocasionou que ele se afastasse do amigo com medo que o pai soubesse da sua atitude e levou -o a acusar Hassan falsamente de roubo de um relógio que ele esondera debaixo do colchão do amigo.Embora Baba perdoasse Hassan o pai Ali resolveu deixar a casa dos patrões.
A invasão dos russos ocasionou a fuga dos mais abastados para longe tendo Amir ido parar aos E.U.A a Fremont onde havia uma grande colónia afgã.Baba foi trabalhar numa bomba de gasolina e Amir prosseguiu os seus estudos até à Universidade onde cursou o que gostava escrita criativa.
Encontrou uma compatriota mais tarde com quem casou, mas não teve filhos.Baba morre de tuberculose.
Em 2001 Amir voltou ao Paquistão a pedido do melhor amigo do pai que estava a morrer e aqui começa a 2ª Odisseia da sua vida.
Sabe que Hassan e a mulher morreram mas deixaram um filho abandonado no Afeganistão e que Hassan era seu meio irmão já que Ali era estéril e a mulher tivera pelos vistos uma aventura com o pai dele.

Nunca o remorso pelo que fizera o tinha deixado em paz, e depois de muito instado por Rahim Khan resolve voltar a Cabul à procura do rapazinho.Cabul que estava nas mãos dos talibãs.
Mascarado com uma longa barba tenta os orfanatos onde vem a saber que o menino como outros fora levado pelos talibãs para sua mascote sexual.Ao encontrar o chefe, Assef reconhece o companheiro de escola que violara Hassan.
Assef tenta matar Amir mas o menino pega na fisga em que o pai fora campeão e acerta-lhe num olho.
Segue-se uma longa estadia no Hospital e a promessa ao menino de o levar para a América, mas a dificuldade burocrática acaba por ocasionar uma tentativa de suicídio por parte do filho de Hassan e o regredir nas marcas psicológicas profundas causadas no menino.
Finalmente trá-lo para os E.U.A e tenta reconquistá-lo lançando um papagaio como fizera no passado com o meio-irmão.E foi a primeira vez que Sohrab reagiu ajudando o tio a esticar o cordel encerado...

Claro que o livro é muito mais profundo que este breve resumo, mas chega para comentar o que já se imaginava.À conta das religiões, cristã ou muçulmana praticam-se barbaridades e a história

do rigor no caso dos talibãs é bom para os outros.Em público atemorizam os crentes, em privado bebem,fornicam com jovens,vivem no luxo.No fundo são amorais e gananciosos.Conta-se que na Arábia e nos Emiratos as mulheres ricas andam de véu na rua ,mas tem boites nas caves das casas dos ricos onde andam à vontade e comportam-se como no Ocidente.
Se Alá viesse cá baixo, como Jesus, fugiam a sete pés...É a natureza humana , e como se vê há bons e maus em todos os credos, povos e géneros.
Como é que o Hitler convenceu os alemães acerca da pureza racial ariana quando os semitas vem do mesmo ramo que eles-os indo-europeus como se prova na evolução das línguas, é uma coisa que me continua a intrigar, por mais abordagens que veja em filmes e documentários.


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tenho um novo portátil...


Esta é uma entrada breve apenas para assinalar o dia em que retomei o meu blogue.

O meu anterior PC um "Acer Travelmate "deu o berro depois de 4 anos de desempenho.Como já era antiquado e já levara uma reparação de 170 euros decidi comprar um novo, mais em conta mas com características modernas.
Escolhi um de 3 Gb e 250 de disco-um "HP Pavilion" aproveitando o subsídio de Natal.Esta é a razão porque estive quase mês e meio sem computador e não pude escrever no meu blogue.

Vejamos se conseguirei recuperar o tempo perdido.

domingo, 5 de outubro de 2008

A minha primeira filha faz hoje 50 anos...

Custa a crer mas é verdade.
Nasceste na madrugada dum Feriado Nacional ,o 5 de Outubro,Dia da Implantação da República e num Domingo, como hoje ,
outra coincidência ,estive no mesmo quarto da M.A.C onde estivera a avó quando eu nasci, junto à Sala das Enfermeiras. Tinha 19 anos e ano e meio de casada. O teu parto foi muito complicado e deixou-te com problemas na vista devido ao tempo em demasia para nasceres.Hoje, teriam feito uma cesariana de certeza. e teríamos as duas sofrido menos.
Quando penso que passaram 5 décadas e que já cá estavas quando me licenciei,quando me divorciei do teu pai, quando nasceram os teus 5 irmãos,percebo a razão porque tenho 69 anos, mas feito o balanço da minha inexperiência total quando nasceste, dos erros que fiz e do muito que me ensinaste e deste de ti ao longo destes anos, compreendo que mesmo afastadas teoricamente ,saíste de casa aos 18 anos ,muita coisa nos liga e sempre nos ligará e no fundo sabes que podes sempre contar comigo e com o meu amor incondicional.O próximo passo nesta mensagem são as fotografias.Ao escolhê-las , não tenho recentes, verifiquei, como os anos mantiveram a tua beleza serena e delicada.Pouco mudaste e ninguém te dá os anos que tens,característica herdada da tua avó e que todas temos.É difícil escolher sobre que falar de ti, mas gostaria de sublinhar a tua rectidão de carácter, o sentido de solidariedade para com a família, sempre presente, a amizade que demonstras pelas tuas irmãs e amigos.A tua inteligência, demonstrada nos teus sucessos académicos, és professora da Faculdade de Ciências de Lisboa e por casualidade escolheste o Curso que eu hesitei em escolher-o de Química.Tens uma cultura muito vasta , sempre gostaste muito de música e de ler e os teus gostos não diferem muito dos meus neste campo, a prova é que os teus presentes para mim acertam sempre.
Ao escolheres outra via que não o casamento e os filhos demonstraste grande coragem que eu muito admiro, aliás a coragem sempre foi uma das tuas qualidades.
Querida filha, neste dia em que inicias nova etapa da tua vida, desejo-te tudo de bom para o futuro !

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A Filha desenrascada...ou a Loura nada burra...


Embora com atraso, aqui vão os parabéns da tua mãe pelos teus 34 anos no passado dia 1 de Outubro e que vencidos a maior parte dos escolhos, a tua vida e a dos teus filhos entre num período de acalmia.
Começo pelas fotografias,tenho muitas quando eras pequena mas poucas de ti adulta.

Gosto desta, em que ainda és lourinha,de olhos cor de mel claro, como o teu pai,a cor do cabelo da tua avó Gabriela,e uns dentes muito certinhos.
Foi tirada no fotógrafo da Ericeira e mostram uma A.G.muito boazinha e comportada, o que por volta dos 8 anos e seguintes, já não era tanto assim, não achas?Pois é,sempre tiveste o condão de dar à volta às pessoas em teu proveito, no bom sentido claro,para ires brincar quando querias e com quem querias.Quando estavas em casa da avó na Achada nas férias grandes, saías para casa dos vizinhos que tinham 2 filhos e chegavas a almoçar 2 vezes só para não ficares mal perante a avó.
E os célebres bilhetinhos que nos deixavas, tão engraçados pela sua inocência e sentimento!
Frequentaste a E
scola " Princesa Ana "da pre-primária ao Ciclo ,depois a "Marquesa de Alorna "e seguiste para o Liceu " Maria Amália" na nossa rua.
E a tua adolescência complicada? Até ao Liceu tinhas boas notas, mas depois era uma festa, como eras esperta, apanh
avas a matéria no ar, mas estudar está quieto ao meu,passeavas os livros de casa para o "Maria".E depois as tuas manias punk, as botas da tropa que escondias e dizias não serem tuas, mas que usavas na rua, com penteados em pé e mini-saias.O teu pai era o confidente e fazia-te as vontades todas, era ou não era!.Eu era a má da Companhia,pois tinha que te repreender.
E quando te lembravas de arrumar o quarto depois de um ralhete ,era o caos, tiravas tudo para fora dos móveis e d
epois fazias uma directa para conseguires por tudo no sítio.
Foste sempre muito rebelde,mas sempre me trataste bem,o tal jeito de relações públicas, herdado do teu pai e que me dava arrepios.Tu conseguias sempre tudo a que te propunhas,no café, com as tuas professoras, com os mais idosos da família, com o teu jeitinho doce e educado de levar a água ao teu moinho.
Olha que não mudaste muito neste aspecto,mesmo tendo a vida sido
bastante dura para contigo.
Aqui nesta foto com a avó ,tinhas cabelo comprido o que já não usas há muito tempo e já perderas os teus lindos cabelos louros.
Os teus filhos dividiram-te,a I.tem os teus olhos dourados, o Pedro o teu cabelo claro, mas liso,sem os teus caracóis.
Sempre foste muito destemida, em pequena já guiavas o carro da Firma ao colo do Sr.Armindo o chofer, gostavas de espreitar os desastres na estrada e desafiavas a tua irmã mais nova para te seguir ,ela que era muito tímida e medrosa. Tinhas a mania de ser cantora e como adoravas a Lena 'Água em voga na altura, nas Festas da Achada, lá ias tu para o Palco cantar as canções dela, muito afinada e mais tarde num Comício Partidário no Coliseu em que ela actuava, desapareceste do pé de mim e do teu pai, para te encontrarmos nos bastidores com a Lena d'Água em amena cavaqueira.Dois anos seguidos ganhaste o Concurso de Construções da Areia na Ericeira 1 Tenda de Campismo e 1 Bicicleta contruindo 1 Elefante Indiano e 1 Bobo com ouriços do mar a fazer de guisos. Sobre o Ballet falarei em separado, pois quase todas vocês,4 das 5 filhas o frequentaram.Quando penso na vossa infância,és sem dúvida a que tem mais histórias engraçadas , pois eras mesmo diferente das tuas irmãs a imaginar aventuras e a concretizá-las.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A minha primeira neta...




Embora um pouco atrasada, de que me penitencio , mas tive a atender a outros fogos, aqui estou para te dar os parabéns pelos teus 27 anos completados no dia 22 e te agradecer por seres como és.Anima o nosso ego, ter uma filha como a tua mãe e ver que a neta saiu aos pais - sensata,com os pés na terra e aproveitando a vida, mesmo quando o dinheiro não abunda.Gosto de ler o teu blogue e os teus desabafos.É uma forma de te ter perto mesmo estando tu no outro lado da cidade.Como é da praxe aí vão as fotos dos meus albuns para ilustrar este teu percurso e recordar-te como eras amorosa quando bebé.
Aliás como sabes foste a única dos meus netos a quem vi, antes da tua mãe, já que assisti ao teu parto feito pela D.Lurdes, a mesma que me assistiu a vários na Maternidade da Associação de Empregados no Comércio de Lisboa, no Caldas.Depois disso vi os teus primos logo que saíram da sala de partos mas não me deixaram assistir.
Recordo que a tua mãe era muito ciosa de ti e nunca me deixava mudar-te as fraldas e dado que a tua tia L.tinha na altura 4 anos e eu estava a trabalhar no Banco não pude ser a avó que gostaria que de ter sido e que agora sou por estar reformada.
Mas tu compreendes tudo isso e sei que não duvidas o quanto eu gosto dos meus filhos e netos.Aguardo com impaciência a tua estreia como mãe, embora a tua prima se tenha adiantado, mas tu felizmente estás cá em Portugal e compreendo a tua situação de precaridade no emprego.
Sabes, é que eu adoro bebés!Desejo-te do fundo do coração, que o teu futuro seja o melhor possível e que eu possa acompanhá-lo.

sábado, 20 de setembro de 2008

Efeméride- 19 de Setembro de 1969


Não queria deixar de escrever alguma coisa sobre esta data e da real importância que teve para mim. Dei por mim a pensar o que teria sido a minha vida se este dia tivesse terminado como habitualmente. Não tenho por hábito renegar o que correu bem ou mal na minha vida porque como atrás disse à minha neta, a vida é isto,avançar e recuar,ter alegrias e tristezas. Vou dar algumas luzes sobre o que se passou neste período especial da minha vida. O meu casamento já estava em processo de ruptura há algum tempo e já estava a correr o Processo Judicial de Separação oficial já que na altura não havia divórcio. Todos estes acontecimentos me tinham deixado numa profunda depressão que quase deu para o torto. Foi então que apareceu na minha vida o pai das minhas filhas mais novas.Conhecia -o de vista por ser primo direito do meu Chefe de Secção na altura , sabia que estava separado, pelo que aceitei o seu convite para ir ao Cinema e conversar.Nunca me esqueci do nome do filme"Il dottore de la Mutua"(O Dr do Centro de Saúde) uma comédia italiana. No seguimento das nossas conversas,ele também estava separado e tinha 3 filhos (eu 4 na altura) ,houve inegávelmente uma enorme atracção mútua, mas nunca pensei que ele seria o Tal.Na altura verifiquei que era uma pessoa educada ,de boa família,mais velho que eu 10 anos,que entrara para ao Banco em Angola com 17 anos sem terminar os estudos por o pai ter casado outra vez e lhe ter dado 2 irmãs e ele se sentir "pesado" financeiramente. Era uma pessoa muito misteriosa,muito fechada em si(era Caranguejo de Signo) e só perto da morte consegui que ele se abrisse um pouco, mas sabia que viera para Portugal depois de um desastre deixando todos os bens,( a mulher é que tinha um pai rico), com os 3 filhos. Via-se que passava dificuldades, dado que a ex-mulher não trabalhava ,pelas camisas coçadas mas impecávelmente limpas e os sapatos gastos mas engraxados. Fez-me pois confusão o seu súbito interesse por mim e a forma como insistia em pagar as despesas.Mais tarde disse-me que se impressionou pelo facto de eu ter 30 anos ,ser tão bonita e com 4 filhos estar já separada. Hoje que sei os entretantos que na altura não me contou e só vim a saber depois do nascimento da nossa primeira filha em comum em 1974,penso que ele se deixou levar por um sentimento que na altura não estava em condições de assumir, pois havia outra pessoa a quem ele estava ligado por estúpidos preconceitos , de que nunca se conseguiu livrar totalmente e que foi a causa da nossa separação em 1990, separação que durou 10 anos e terminou em 2000 quando eu o contactei por altura da Licenciatura da nossa filha mais nova. A data de 19/9/1969, representa o nosso casamento, evoca a primeira vez que estivemos fisicamente juntos, e em que constatámos uma enorme compatibilidade entre nós, para bem e para mal.Quantas vezes em 20 anos nos separávamos zangados para acabarmos nos braços um do outro.Não conseguíamos resistir à atracção um pelo outro.Essa atracção manteve-se viva até à sua morte. É uma coisa que não se consegue explicar-existiu.Talvez que com o decorrer dos anos e com a diminuição acentuada das suas capacidades físicas ele se tenha esquecido que eu não tinha só essa faceta mas outras.Dizia-me ele nos últimos tempos,espantado que eu era uma companheira muito cúmplice,o género que ele julgava só encontrar nos homens.O convívio progressivo com pessoas idosas e ainda por cima retrógadas quando nos afastámos ,tornou-o irreconhecível quando o voltei a encontrar. Fechado a 100%,tratado como um incapaz pelos filhos,foi-me difícil, sobretudo porque eu sabia que ele estava condenado, voltar a dar-lhe a alegria de viver e de lutar contra a doença.Eu ria pela frente mas chorava às escondidas.Custou-me muito ver como um homem fraco como ele pode ser manipulado uma vida inteira por pessoas ambiciosas e não ver.Como é que se pode incutir numa pessoa que a mentira é lícita e chantagear-se essa pessoa com problemas morais a ponto de lhe tirar o gosto pela vida.Tudo isso eu vi com clareza quando ele voltou a viver comigo nos últimos anos da sua vida.Um homem ,teoricamente sem a tutela do pai nem da mãe e carente é facilmente manobrável se não houver quem lhe estabeleça os limites do que se pode ou não fazer e não me parece que tenha a ver com a religião, mas com a Moral com letra grande.Foi isso que lhe faltou e penitencio-me por não ter compreendido a tempo que a forte era eu e não ele e que ele precisava duma mulher forte que o guiasse e que a minha insegurança o fazia procurar noutro lado a força de que ele precisava.

Carta a minha neta Inês....


Não me foi possível como habitualmente faço com a família, escrever sobre ti querida Inês, no dia do teu aniversário !
Uma arreliadora virose trouxe-me de volta o teu primo durante 2 dias.Não é que o Lourenço me dê trabalho por aí além, mas sabes que ele exige 100% de atenção e que se brinque com ele como eu fosse da sua idade.
E depois fui jantar a tua casa e cantar-te os parabéns.Não deu!.
Mas aqui estou para recordar a tua vinda há 11 anos.
Nasceste na mesma Maternidade onde eu nasci e fui a primeira pessoa a ver-te quando vinhas da sala de partos. Uma boneca muito querida e já muito amada por nós.
Sabes que passaste a primeira infância em nossa casa ,onde a tua tia ainda morava, pois a tua mãe já trabalhava na "Color Line" na Noruega e ainda não tinha casa própria.
Graças ao regime extraordinário de Segurança Social da Noruega a tua mãe teve direito a 1 ano em casa com 80% do ordenado pelo que não passaste pelo que outros meninos passam ao irem para amas ou creches nos primeiros 6 meses.
Porém ,como foste sempre uma menina muito afectuosa e obediente tiveste agora o que merecias.
Pelo teu aniversário ganhaste o computador portátil que tanto desejavas,a impressora, 2 Telemóveis Nokia.mochilas,material escolar extra,roupas!!!,etc,etc,etc.Montes,resmas de coisas como dizia o Herman.
Com o correr dos anos, irás ver que as coisas não são sempre preto ou branco,mas meio termo e como temos muitas vezes que ceder numas coisas para ganhar outras mais importantes,assim habitua-te a ter sempre esperança de dias melhores e não percas esse teu sorriso tão lindo.

Queres ver como eras fofa? Esta foto aqui foi tirada no casamento da Cláudia Ferreira amiga e colega de liceu da tua mãe.

sábado, 13 de setembro de 2008

A minha quinzena de avó a tempo inteiro....

Não me permitiu ter tempo e disponibilidade
para escrever no Blog.
Até a abertura da Creche do mais pequeno ,tive o Lourenço todos dias cá em casa acompanhado pela prima Inês que também não tinha aulas. Brincava de manhã ,almoçava, dormia a sesta e em seguida íamos para um parque infantil ao fundo da rua.Geralmente lanchava em casa e ia,pois o Sol não permite lá estar antes das 5 horas, mas outras vezes íamos lanchar ao café onde se portavam muito bem.

A presença da Inês ajudou muito pois já me é difícil andar atrás dele e pô-lo no escorrega e outros divertimentos. Foi um tempo muito agradável embora algo trabalhoso, até pela responsabilidade, mas estes dois netos gostam muito de mim e eu sou uma avó conciliadora, embora como mãe me irritasse muito mais, pelo que correu tudo muito bem. Posteriormente tive a Inês alguns dias, para comprar comigo as prendas dos anos dela ,no dia 18 próximo-roupa e material escolar, bem como o meu antigo TM Nokia 6280, pois comprei um novo Nokia 5630 com uma câmara de 3.2 em vez dos 2.0 do outro e rádio.Um melhoramento pequeno ,para aproveitar os pontos da Vodafone que caducavam no fim de Agosto.E uma alegria imensa para a minha neta,já que o antigo também é 3G.
Ontem tive a oportunidade de me encontrar com o meu neto Pedro,irmão da Inês, quando a levámos à nova escola-a Pedro de Santarém aqui perto, onde vai frequentar o 6ºano na Turma "A" com uma amiga das Doroteias.
Serei eu a completar o apoio da tia onde ela vai ficar na ausência da mãe, nos dias em que sai à hora do almoço.Apenas 3 paragens de autocarro da porta da escola até ao fundo da minha rua.
Fiquei com a impressão que vamos ter surpresas muito positivas com este meu neto na Escola, pois interessa-se por tudo,sabe todos os pormenores do que lhe chama a atenção, como a vida dos animais, desenha na perfeição e acabou a pré-primária com 20 valores.
É preciso é que o acompanhem e estimulem, o que não sei se será o caso,esperemos para ver .

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Arqueologia de sofá, ou como viajar sem gastar dinheiro...

Eis uma forma extremamente económica de viajar no tempo e no espaço e ao mesmo tempo aprender...
E que confesso tenho utilizado muito nos últimos 2 meses.
Já anteriormente tinha gravado alguns documentários do "History Channel "e do "Discovery Civilization", mas só agora os resolvi organizar e ampliar a Colecção.Pensei nos meus netos, mas se não precisarem ou não gostarem há sempre Instituições Educativas a quem os posso legar.
Restringi a minha Colecção à Arqueologia, História e Arqueologia Científica(utilização das técnicas modernas de sonar,GPS,radiografia e Tac a múmias, datação por radiocaborno,etc)e alguns de Arqueologia Bíblica e Biográficos.
Nunca pensei que a nível mundial houvesse tantos Egiptólogos a fazer descobertas de mão dada com o Director de Arqueologia do Egipto Dr.S.Hawass, julgava mesmo que não havia nada para descobrir de novo.Mas também noutros países se tem avançado muito.Interessaram-me particularmente alguns documentários sobre a Ásia Menor (actual Turquia)
sobre Troia, Sargalassos,Afrodísia e em Hatusha sobre a cidade dos Hititas.
Se pudesse, acho que gostaria de lá ir, até porque sendo a Ilha de Kalymnos, onde nasceu o meu pai das mais chegadas à costa turca, me permitiria visitá-la também.Mas isto são sonhos.
Mas há uma outra variedade de documentários muito interessantes,em português-"O que ainda não sabia sobre o Egipto e Roma", sobre a vida quotidiana na Antiguidade, tratada com muito humor e outra sobre "As Invenções da Antiguidade" onde mostram que na Actualidade quase nada se inventou , pois quase tudo estava inventado pelos Gregos,Romanos e Egípcios.Gostaria aqui de acrescentar o papel de Cartago, pois os Romanos aprenderam deles muito do que os tornou o maior Império da Época, para não falar dos Etruscos.
É extraordinário que, embora eu sempre me interessasse sobre o tema e soubesse bastante sobre ele(inclusive traduzi para português um livro sobre A Roma Antiga da Editora Europa-América) ,fosse capaz de aprender tanto sobre assuntos tão diversos.É que pelos vistos a Arqueologia quer no campo, quer nos Laboratórios ,está longe de ser uma Disciplina imóvel, evoluindo todos os dias e qas ditas Verdades sobre a História estão a ser postas em causa ,à medida que se fazem novas investigações.
Se gostam de História e tem os Canais, recomendo o Canal de História, o Discovery Civilization(Canadiano) e alguns documentários sobre o tema que passam no Odisseia e no National Geographic.Aliás concluí que muitos dos documentários apresentados no History e no Civilization proveiem do National Geographic e da BBC, pelas capas da Net.

domingo, 24 de agosto de 2008

Gracinhas do meu neto Lourenço...


Para as avós todos os netos são especiais de corrida, mas não resisto a contar o que aconteceu ontem com o meu neto.
Fui ontem à tarde a casa da minha filha L.para ficar com os netos à noite enquanto eles iam sair.
No quarto dele enquanto o vigiava, foi até à janela, subiu para a cama da prima olhou com muita atenção e depois chamou-me:
-avó anda,lindas...nuvens puma...
Aproximei-me curiosa e o que era afinal- um espectáculo realmente lindo de nuvens baixas, muito brancas sobre o fundo azul, parecendo realmente espuma de sabão.
Já em várias ocasiões,
desde muito pequenino, verificámos a sensibilidade deste menino pela natureza .Antes eram festinhas nas árvores e plantas.Agora que com 2 anos e meio já fala ,as árvores, as flores, as nuvens, a lua especialmente, o sol, são como ele diz: -amigo do louênço.(Anda a aprender o masculino e feminino das palavras e ainda se engana).
Talvez a muita atenção que dedica a tudo que lhe ensinamos seja o motivo de tão cedo perceber conceitos abtractos e não ser um mero papagaio.Ele faz as comparações espontâneamente e é isso que o torna tão especial.
Como vem todos os dias para minha casa, enquanto está de férias da creche tenho novamente a oportunidade de o acompanhar no dia a dia, o que me faz muito feliz e me permite acompanhar o seu crescimento.

sábado, 16 de agosto de 2008

Baú de Recordações - O Liceu Maria Amália ou as professoras que me marcaram....

Para nós era o Maria Amália, mas no tempo da minha filha A. nem isso, passou a "O Maria".Creio que o actual nome é Escola Secundária de Maria Amália Vaz de Carvalho. Por causa dele após fazer a Admissão ao Liceu (foto abaixo), estive 2 anos ainda em Benfica no mesmo colégio , fui de armas e bagagens para nova casa na rua do liceu, dois quarteirões abaixo, onde vivi 54 anos.Tinha 12 anos na altura e foi uma grande mudança na minha vida.
Ali era a cidade pura e crua, Benfica na altura era zona de moradias, campos e jardins, embora onde eu fui morar tinha o Parque Eduardo VII, e o Jardim das Amoreiras a igual distância, mas não era a mesma coisa.A própria casa era diferente , era um andar alugado, deixei de ter quintal e terraço a jeito, ganhei 8 assoalhadas, que muito jeito me deram quando mais tarde tive os meus 6 filhos e netos. Noutra mensagem falarei sobre esta casa, pois pretendo centrar esta sobre as minhas impressões sobre o Liceu e algumas professoras,particularmente sobre a então Vice-Reitora Drª Armanda Bastos, minha professora de Inglês no antigo 3ºano e de Alemão no 6º e no 7ºano da área de Letras.E o mais curioso de tudo é que há tempos ao ler uma entrevista feita à Drª Maria Cavaco Silva, soube que ela andara no Maria Amália e tenho quase a certeza, pela descrição e elogios que ela fez à sua professora de Inglês que foi aluna também desta extraordinária professora.
Recentemente verifiquei que ela é um ano mais velha que eu, o que coincide com a prática desta professora - um ano começava com os alunos o Inglês, no outro com o Alemão.Assim eu no 6º tive-a em Alemão e a DrªMaria Cavaco Silva que nessa altura estaria no 7º teve-a em Inglês.Infelizmente para mim depois de a ter na Turma A no 3ºano em Inglês, por qualquer razão que desconheço passei a ter outra no 4º e no 5º que era péssima, não de feitio mas na competência.Valeu-me ter tido Inglês desde os 4 anos pois dispensei no Exame Final com 16 valores. A propósito , no meu tempo as professoras eram Srª Donas e não Drªfulana de tal ou "Sotôras" como hoje.
Já no seu tempo destacava-se das outras professoras-vestia roupa justa e vistosa, pintava-se e deixava um rasto inconfundível pelos corredores a perfume de marca, mais flagrante quando a Reitora era o oposto, parecendo mais velha do que era, fatos compridos, antiquados e sem gosto, cabelo grisalho,católica "muito praticante".Só os filhos dela entravam no Liceu, mas eram tão devotos como ela.
A.D.Armanda jogava limpo-avisou-nos logo de início que a tarefa até ao fim do 7ºano e admissão à Faculdade de Letras era árdua, melhor muito árdua e que ela ia agir em conformidade.
Ao contrário do Inglês, nunca tinhamos tido alemão no curriculum e teríamos que em 2 anos aprender uma língua muito difícil e estarmos preparadas para entrar num Curso "Filologia Germânica "em que as 2 línguas,inglês e alemão estariam em pé de igualdade e seriam "taken for granted " i.e. os assistentes iriam exigir conhecimentos mais avançados do que o programa do liceu.
Quem estivesse disposto a alinhar, óptimo senão não contassem com ela.
O alinhar foram 5 aulas por semana, em que escrevíamos no caderno o vocabulário e verbos usando transcrição fonética e utilisando canetas azuis e vermelhas.Uma vez por semana compilávamos um caderno de gramática inteiramente concebido por ela, nos mesmos termos .Tínhamos além disso provas escritas todas as semanas.
Ainda hoje guardo religiosamente esta dúzia de cadernos a azul e vermelho de tal modo formidáveis, que ao dar Cursos de Alemão na ULTI(Universidade de 3ªIdade) me servi dele e utilizei o seu método

Claro que na altura maldizíamos a nossa sorte, mas para avaliarem o que trabalhámos com esta professora fora de série, mesmo as que chumbaram , no exame final tiraram notas na ordem dos 13 valores e outras como eu dispensámos do exame de admissão à Faculdade(mínimo média de 16 valores).

Lá dentro,já no 1ºano, sempre marcámos a diferença, pelos conhecimentos que todas levávamos, ao contrário de outras alunas doutros Liceus, já que os assistentes eram alemães contratados e muito exigentes.A fama desta professora chegava pois até à Faculdade.
Mas nem todas eram como esta,razão porque nem do nome delas me lembro, excepto outras duas óptimas, a de Literatura Portuguesa-Drª Henriqueta Viana no 6º e 7º anos e a de Fisico-Químicas,Drª Aurora Januário, essa até ao 5ºano.Eu não era particularmente aplicada durante o ano, mas excedia-me nos exames dispensei a Ciências e consegui a mesma média em Letras, pelo que oscilei muito na altura sobre que área escolher.Optei por Letras(hoje Humanidades),mas gostaria de ter seguido Química ou Belas Artes.Foi a minha filha mais velha que seguiu Química sendo hoje professora doutorada na Faculdade de Ciências.As voltas que o mundo dá !
Lembro-me igualmente das professoras Maria de Lurdes Modesto de Culinária e a de Dança Rítmica Soso Dukas Schau ,grega casada com o meu professor de Alemão na Faculdade e amiga do meu pai.
Hoje o Liceu só tem os últimos anos, mas não deixo de pensar,atendendo que os filhos do Dr.Jorge Sampaio lá andaram,(ele tem a minha idade e era Presidente da RIA(Reu.InterAssociações) na altura em que eu estava em Letras e que a Drª Maria Cavaco Silva também andou lá e também ensinava na Católica , que estas Altas Individualidades deviam propor o descerramento no Liceu de uma lápide em homenagem a esta professora , certamente já falecida, que levou a sua missão de educadora ao seu expoente máximo.

Adeus tio Monteiro...

Partiu no dia 9 passado com 92 anos.Foi uma pessoa sempre presente em todos os bons e maus momentos da família.Foi um companheiro dedicado da minha tia e madrinha Fernanda de quem eu muito gostava,falecida há já alguns anos.Ajudou-nos muito em momentos difíceis.Que melhor maneira de lhe agradecer do que publicar aqui uma foto do seu Douro Natal tirada por mim na Páscoa.Nasceu no Douro superior, onde possuía propriedades e fabricava vinho do Porto que aprendemos a apreciar, mas veio trabalhar para Lisboa onde fez carreira ao lado do meu pai com vendedor-chefe das suas Firmas.
Mas todos os Setembros lá ia ele para Nagozelo do Douro junto a S.João da Pesqueira para fazer as vindimas.Este ano vão sentir a sua falta certamente, pois era muito estimado.E nós também !

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Quando o Verniz salta ...

Fui hoje com a minha mãe à "Loja do Cidadão" para que ela tirasse um novo Bilhete de Identidade.Demorámos 2 horas o que não foi muito, mas durante esse tempo tive a oportunidade de observar alguns factos que não me agradaram nada.
Nesta altura do campeonato os miúdos da antiga primária deslocam-se geralmente com as mães para tirarem o primeiro B.I.E havia bastantes ao pé de nós.
O que vi chocou-me um pouco, porque esperava a intervenção das mães junto dos filhos, no sentido de darem lugar sentado aos mais velhos nos quais acho que já me devo incluir.
As mães falavam animadamente ao TM enquanto os filhos à vontade ocupavam quase todas as cadeiras onde se esparralhavam à vontade, empurrando os vizinhos.
Tive que chamar a atenção para que dessem lugar à minha mãe, mas espanto, quem se levantou foi uma mãe que nada disse aos respectivos filhos.
Será que já não se usa a boa educação e o mínimo de exemplo cívico ?
Tenho a certeza que as minhas filhas em situação semelhante explicariam aos filhos o comportamento em sítios públicos, as cadeiras duma sala de espera não são camas e muito menos aparelhos de ginástica e como costumava dizer o C.espero que a A. e a L.ainda se lembrem- "se não tem nada que fazer, brinquem com os dedos dos pés!!!
A senhora do guiché que observou confidenciou-me que era a 5ª de 6 irmãos e que quando era criança o pai antes de saírem, lhes chamava a atenção para o comportamento e educação que deveriam ter em locais públicos e ela ainda é uma rapariga nova.
Desculpem que vos diga jovens mães que descuram estes aspectos, que os filhos são o espelho dos pais e que ao deixarem passar em branco, se calhar porque fazem o mesmo, só prejudicam os vossos filhos mais tarde, porque serão pais omissos dos vossos netos e estão a criar cidadãos que nos empregos por muitos estudos que tenham ,são uma nódoa, quando o verniz lhes salta...

sábado, 2 de agosto de 2008

Baú de Recordações - Carcavelos da minha Infância e Juventude...


Quem vê a Praia hoje e a acha grande, tem cerca de 1 Km de areal, não faz ideia do que o mar já "comeu" em 40 anos , na largura.Havia outro tanto da linha de barracas até à muralha, sendo um suplício ter de percorrer a areia quente quando se regressava a casa para almoçar. Como calculam as minhas lembranças são sobretudo a partir dos 10 anos embora eu já frequentasse esta praia desde 1940 como se pode ver por uma fotografia que publico aqui.
Parece estranho hoje que nessa altura se alugasse casa no Verão, na Linha de Cascais, geralmente por 3 meses.Os senhorios eram invariavelmente moradores de pequenas casas com anexos, que alugavam a sua e habitavam os anexos no Verão para conseguirem um rendimento extra.Tem que se ter em conta que na altura poucas famílias tinham carro e se o tinham ficavam em Lisboa com os maridos que não tinham esses tempo todo de férias.
Não me lembra de na altura as mães terem carta, esse hábito só veio muito mais tarde nos anos 60, para alguns e mesmo na Faculdade os automóveis rareavam.No meu caso tirei a carta aos 18 anos no ACP, mas dado que o meu marido guiava ,só quando me divorciei passei a conduzir.





















Era habitual arrendar-se todos os anos a mesma casa, ou pelo menos na mesma zona, pelo que todos os anos encontrávamos os mesmos amigos.Haviam os amigos de Lisboa da escola e os das férias de Carcavelos.Poucos desses amigos me acompanharam para além da adolescência e por curioso que pareça esses passaram comigo para a a zona da Ericeira onde a minha mais tarde mandou fazer uma moradia na Achada a 5km da Ericeira e de Mafra.É que eles habitavam todo o ano em Carcavelos mas a tia tinha casa também ao pé da da minha mãe na Achada.
Mas voltando a Carcavelos, nos primeiros anos de que me lembro, ainda não havia a Avenida que vem da Estação à Marginal, era um caminho retirado à Quinta dos Inglesinhos, onde funcionava o Colégio Inglês.Vinha-se a pé, e era uma distância considerável, ou mais tarde de "charrette" uma espécie de carroça puxada a cavalos e toda enfeitada no toldo.
Tal e qual como hoje, em que se vai de caro para tomar um simples café a 500 m !
Também não havia Bares ou restaurantes na Muralha, trazia-se a comida de casa para depois do banho, lembro-me duns apetitosos pães de leite em forma de bonecos que se comprava na padaria e mais tarde das célebres bolas de Berlim vendidas por mulheres em caixas de folha e das batatas fritas nos cestos.Havia ainda os vendedores de barquilhos uma espécie de cones de gelados fininhos em bolacha dentro duma caixa cilíndrica vermelha de folha com uma espécie de roleta em cima.Andava-se com ela à roda e assim nos calhava 5 ou 7 ou 8 ou mais pelo mesmo preço.Eu adorava e ainda adoro esse tipo de bolacha.O mais parecido são os canudinhos para gelado.A Praia tinha vários banheiros concessionários que guardavam os brinquedos e cadeiras de praia nos barracões e nos ensinavam a nadar no mar, que em Carcavelos é muito perigoso, por causa das ondas altas e correntes, já que na extremidade da Praia em S.Julião da Barra desagua o Rio Tejo.É a 1ª praia de mar da linha vindo de Lisboa.
Não havia luxos para as crianças, não se comiam tantas guloseimas, mas éramos felizes com esta vida simples.Não havia tantos obesos nas crianças, pois estávamos sempre em movimento-jogava-se ao Ring,à bola, ao Prego, conversava-se e tomava-se inúmeros banhos, à tarde em casa dormia-se uma pequena sesta e só depois tínhamos ordem de ir para o jardim a 2 passos de casa continuar os nossos jogos.Outra vezes jogava-se ping-pong nas mesa de casa de jantar ou jogava-se ao Monopólio. Mais tarde ,na adolescência esses jogos infantis foram substituídos pelos bailaricos em casa uns dos outros, o Cinema, as idas à Estação, literalmente para ver os comboios passarem e aproveitar para namoriscar um pouco mais à vontade.Tudo muito inocente e sobre o olhar vigilante das nossas mães.
A vida de Praia na Ericeira mais tarde para os meus filhos, afinal não foi assim tão diferente nas suas rotinas, até porque a minha mãe que ficava com eles no Verão ,eu só tinha 2 semanas de férias, sempre foi muito rigorosa com o seu comportamento.Muita rua, tínhamos um jardim /pinhal e pomar enormes, pouca televisão, refeições a horas, doces controlados.
Isto só para dizer que se passou do 8 ao 80.Da obediência cega, pois não nos passava sequer pela cabeça deixar de ir de férias com os pais e muito menos desaparecermos sem ordem caiu-se no extremo oposto.Os mais pequenos, exigem tudo e mais alguma coisa,gelados, bolos, gomas, brinquedos,consolas e computadores e são viciados em televisão, os mais velhos automóveis, noitadas, viagens a Paraísos Exóticos(nessa altura aguentam os pais), férias separados.
Não fui mãe perfeita, mas pelo que vejo com os meus netos, eles são equilibrados e alguma coisa passei aos meus filhos neste campo.
Decididamente no meio termo é que está a virtude !

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Chegaram...



Os meus netos que estavam no Algarve com a minha filha mais nova.

Mas encontraram a casa arrombada.Parece que não levaram nada de valor, mas não deixa de ser um problema.

E a minha mãe sempre cheia de medo dos ladrões!
Realmente mesmo a porta blindada como a da minha filha parece não ser problema para os ditos.

Bem vindos a Lisboa I. e L.e ao meu convívio.Estou cheia de saudades.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Um Pai muito fora do comum...








Como prometi vou falar um pouco do meu pai,que morreu há 44 anos de um ataque cardíaco fulminante enquanto dormia,tinha eu 25 anos e 2 filhas na altura.
Este é o Porto da sua cidade Natal onde nasceu em 5 de Abril de 1896.
Pouco sei da sua família apenas que a sua mãe se chamava Kalothetina Galanos e o pai Theófilo Pappamikail.Sempre ouvi falar das irmãs uma Maria que era a mais velha,doutra que morreu com 18 anos e tinha o meu nome e dos irmãos George cuja filha Irene e a neta Argyro vim a encontrar em Londres onde viviam ,aos 15 anos quando estive num Colégio interno e com quem passava alguns fins de semana.Sei que correu vários países incluindo Moçambique até se fixar aqui por volta dos anos 30.Foi Cônsul Geral da Grécia durante a Guerra,numa altura em que não havia ainda Embaixada.Daí que eu tenha a dupla nacionalidade como os meus irmãos,embora não a utilize.Tinha 43 anos quando eu nasci, podia ser meu avô , sempre o conheci mais velho que os pais dos meus amigos, mas a idade dele deu-me sempre um grande sentimento de segurança e a ideia parva de que nunca o perderia.

A história dos meus pais com 18 anos de diferença entre eles, dava um romance com algumas rosas mas muitos espinhos e dado que a minha mãe agora com 93 anos ainda é viva, por uma questão de respeito pela sua privacidade não a contarei aqui.
Ainda tenho algumas recordações dele em diversas ocasiões da minha vida, embora dado que não vivia comigo não serão tantas quanto eu gostaria.
Mas no geral são positivas.Como esta foto por exemplo tirada em 1944 no terraço da casa da Rua Emília das Neves em Benfica ,onde actualmente moro com a minha mãe, muito perto desta rua onde se mantem a moradia.
É actualmente uma Clínica de Cães no r/c, nós morávamos no 1ºandar.
Dizem que sou parecida com ele, que acham?
Lembra-me que em vez de histórias infantis me sentava ao colo e me contava histórias da Mitologia Grega.E não é que as fixei!Sou mesmo barra no assunto.
Nessa altura do campeonato dava-me com as amigas e os seus irmãos, mas quando comecei a crescer acabaram-se os convívios com amigos doutro sexo.

Será que a educação pelos invasores turcos, lhe criou essa mentalidade de ciume doentio em relação às mulheres da família? Ou será que eram costumes atrasados das Ilhas?
Não sei,mas na adolescência, tudo tinha que ser feito às escondidas dele, na perspectiva que ele podia aparecer e zangar-se, com actividades tão inocentes como bailaricos em casa uns dos outros, jogos tipo Monopólio, passeios, convívio na praia.
Foi terrível e levou a que eu me tivesse casado aos 18 anos para me ver livre da prisão e meter-me noutra.

Nunca me faltou com nada, mas nem eu nem os meus irmãos pensámos alguma vez que ele era rico, fruto do seu trabalho, porque a nossa vida era igual à dos outros, com algumas excepções, como termos os primeiros giradiscos que houveram em Portugal, por ter a sua representação , os professores de tudo e mais alguma coisa em casa, as estadias no estrangeiro em Escolas, tendo-me pago, até depois de casada a Estadia de um mês em Bonn na Alemanha na Universidade Local, para aperfeiçoar o meu alemão.

Era assim com a Cultura,um mãos abertas! Tinhamos conta nas Livrarias e comprávamos o que fosse preciso para os nossos estudos.Deu-nos uma educação esmerada, que eu já não pude dar aos meus filhos.Falo no estudo da música, da pintura, dos bordados, da culinária,das línguas(aí também dei a possibilidade aos meus) e eles são quase todos artistas inatos em campos diversos.
Ele mesmo pintava muito bem, desenhava, esculpia e dava-se com toda a boémia de Lisboa no Café Chiado, sobretudo escritores e pintores.

Ajudou a muitos, era muito generoso, pois perdoou dívidas a amigos seus no Testamento que deixou. Teve no seu funeral, muita gente anónima que o conheciam da Baixa onde eram os seus escritórios e lhe deviam favores.

Era um bom patrão, mal sabia ele que a sua herança ia ser desbaratada por um dos filhos deixando os outros sem nada e os seus empregados de muitos anos na rua.Se eu não tivesse o meu emprego no Banco teria ficado sem meios para criar os meus filhos.
Toda uma vida desafogada que o nosso pai planeou para nós e beneficiámos durante alguns anos,foi por,água abaixo ,já que embora tendo recorrido aos Tribunais, nunca vimos até hoje um cêntimo dos nossos bens, desviados para o estrangeiro pelo nosso irmão, entretanto falecido inesperadamente em 1990.

É neste aspecto que lamento que o meu pai não me tenha deixado viver e crescer na altura própria deixando-me vulnerável a um mundo que eu julgava constituído só por pessoas boas.

Essa sua obsessão por nos proteger, teve consequências funestas no futuro, pelo menos para mim, levei anos e anos de auto estima nula,
trouxe-me um divórcio aos 30 anos ,uma relação tempestuosa de cerca de 30 anos com o pai das minhas filha mais novas, e um desconhecimento fatal de como lidar com os homens que me trouxe muitos dissabores.
Em muitas ocasiões senti o quanto ele me fazia falta, não obstante o C.sendo mais velho que eu 10 anos,tenha em parte preenchido essa lacuna.
Querido Pai,nunca te esquecerei...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Kalymnos,terra das esponjas e berço do meu Pai...





A Ilha de Kalymnos pertence ao Arquipélago do Dodecaneso(12 ilhas)que fica ao Sul do Mar Egeu na Grécia,perto das Costas da chamada Ásia Menor, na actual Turquia.
Rodes,Kárpatos,Kassos,Tilos,Nisyros,Simi,Kos,Leros,
Patmos,Lipsi e Astypalea, são algumas das Ilhas e
mais de 150 ilhotas do Dodecaneso.

Kalymnos é apelidada de "Ilha dos Mergulhadores,Pescadores de esponjas" e "O Paraíso da Escalada do Egeu".














Sobre o meu pai em particular falarei noutra msg,nesta dedicar-me-ei um pouco à história de Kalymnos desde a Antiguidade e como foi o meu contacto com as esponjas através dele, já que nunca visitei a sua Ilha.

Kalymnos na Antiguidade

De acordo com a Mitologia,Urano e Gaia (a Terra) tinham muitos filhos:os Titans,os Gigantes,Os Ciclopes e os Cem-Mãos.Consciente
que um dos seus filhos o destronaria, Urano atirou-os para o fim do Mundo.Um deles era Kalydnos que caiu numa zona que passou a chamar-se Ilhas de Kalydnos.




Hoje todas as Ilhotas tem nome e rodeiam a maior chamada de Kalymnos,mas só 2 Pserimos e Telendos são habitadas.
Os 1ºs habitantes foram os Kares, os Leleges e os Pelasgos.

Seguiram-se os Aqueus que chegaram depois do fim da Guerra de Troia, fundando a cidade de Argos na área de Amfipetres.

Mais tarde os Dórios do Peloponeso estabeleceram-se aqui vivendo em paz com os locais.



Depois das cidades gregas da Ásia Menor serem vencidas pelos
Turcos, Kalymnos foi conquistada por Artemisia, Rainha de Alikarnos e aliada dos Persas.

A Ilha foi membro da 1ªAliança Ateniense apoiando os Atenienses na Guerra do Peloponeso,tendo caído novamente nas mãos de Artemisia e dos Persas.
Ptolomeu, General de Alexandre o Grande, libertou Kalymnos em 333 AC.Durante o Período Helenístico, esteve subordinada a Kós,tendo sido depois conquistada pelos Romanos em 44 AC que retiraram todas as obras de arte e impuseram pesados impostos aos habitantes.

No Período Bizantino (330-1204 DC)a Ilha foi vítima de piratas, Persas e Sarracenos, sofrendo um terramoto em 535 DC que a alterou profundamente.

Em 1306, os Cavaleiros de Rodes,ocuparam a Ilha.Em 1495 foi a vez do feroz Turco Hamza massacrar os locais enquanto Kalymnos foi destruida por outro terramoto.Dez anos depois Vayiezit B atacou de novo mas foi vencido pelos locais com a ajuda dos Cavaleiros.Os Turcos ocuparam a ilha mais uma vez em 1523 DC,bem como as restantes ilhas do Dodecaneso.

Kalymnos,como as outras Ilhas, participaram na Revolução Grega em 1821, mas o Protocolo de Londres(1830) não a incluiu nas fronteiras do Estado Grego.A ocupação turca durou até 1912,data em que foi ocupada pelas tropas italianas.Em 1943 a Ilha foi cedida aos Alemães até 7 de Maio de 1848 data em que foi unificada com a Grécia.

Durante os Séc.XIX e princípios do Séc.XX,Kalymnos lutou para manter a sua própria identidade, proporcionando educação, cuidados de saúde e um Centro literário e cultural. Houve igualmente um período de prosperidade para a Ilha através da Pesca Submarina das Esponjas.

O meu pai nasceu em 5 de Abril de 1896, sendo o mais novo de uma família de mulheres.Pelo costume grego teria que trabalhar para o dote das irmãs, pelo que resolveu fazer-se ao mundo.A nota mais saliente da sua maneira de ser era um intenso patriotismo, uma amor à Grécia imenso que o levou a escrever vários livros sobre a luta atribulada dos Gregos pela sua Independência.Nunca se naturalizou tendo querido levar a bandeira da Grécia sobre o seu caixão.

Era um homem muito culto que falava com facilidade todas as línguas latinas mas fugia das germânicas,mas pude comprovar in loco que efectivamente falava turco e italiano ,já que só em 1948 a Ilha foi entregue à Grécia.Imagino que no liceu teria sido obrigado a falar a língua dos invasores.

Um dos seus primeiros negócios foi o da preparação e venda de esponjas.Hoje em dia, parece um pouco bizarro, já que o sintético reina por todo o lado.Mas as esponjas naturais não tem comparação e são, até mais caras.O meu neto mais pequeno só usa dessas compradas no Minipreço,mas toda a minha vida eu e os meus filhos tivemos esponjas naturais até o meu pai deixar o negócio por outros mais lucrativos.Continuo no próximo...


















domingo, 13 de julho de 2008

A propósito de Clint Eastwood...

Na semana passada e nesta os Canais de Filmes da ZonTvCabo, transmitiram os filmes "Flags of our Fathers" e" Letters from Iwo Jima".Nunca vou ao Cinema, mas vejo imensos filmes em casa, uns óptimos, outros nem por isso.



É opinião consensual que Clint Eastwood foi a maior surpresa das últimas décadas, ao passar do durão dos policiais"Dirty Harry" e do registo dos Western-Spaghetti,para filmes de enorme sensibilidade onde tem aparecido como actor e realizador, desta vez aliado a Steven Spielberg.
Tenho me interessado bastante ultimamente, culpa talvez do "Canal de História" ,por documentários da 2ª Guerra Mundial, não por ser belicista, mas porque afinal eu nasci com ela.

A maior parte dos filmes americanos deste género, focam o lado "aleluia" como diz uma filha minha ,dos americanos, a glorificação desmedida dos seus soldados, em que eles são sempre os bons e os outros os maus, quando sabemos que não corresponde à verdade.Basta os relatos do Iraque e doutras guerras anteriores como a do Vietname.
Mas não serão as Guerras todas iguais na sua brutalidade, nas mortes e chacinas evitáveis?

Clint Eastwood e os autores dos livros onde foram baseados os argumentos dos filmes, revelaram grande coragem ao irem contra a hipocrisia do seu país.

Para quem não viu os filmes,estes relatam a tomada da Ilha de Iwo Jima pelos americanos focando o seu ponto de vista no 1ºe o dos japoneses no 2º.


O 1º filme além do desenrolar da batalha,mostra uma faceta trágico-cómica dos intervenientes numa foto famosa que correu mundo no hastear da bandeira americana no monte em Iwo Jima.Afinal vimos a saber ao longo do filme que era tudo uma farsa, não a batalha em si,mas a verdadeira identidade dos que lá tinham estado, uma vez que alguns tinham morrido.

E à boa maneira americana, o tal espírito "aleluia" andavam 3 jovens, um marujo, um nativo americano e outro do exército de Estádio em Estádio a fazer propaganda do seu "heroísmo" para conseguirem fundos para a guerra que iria matar outra fornada de rapazes como eles.E se recusassem a alternativa seria terem que voltar para a frente de batalha.
O 2º filme além da batalha focada pelo lado dos japoneses mostra vários tipos de indivíduos, como o fanático Tenente ,o refinado Coronel humanista que vivera na América e era Campeão Olímpico de Hipismo ,o soldado protagonista que só se quer safar(e safa)que deixa a sua simples vida de padeiro e a mulher grávida.
A grande mensagem vem pela boca dos soldados japoneses ,carne para canhão dizimados ás centenas por falta de armas e de comida.Ao ouvirem a tradução de uma carta escrita pela mãe dum soldado americano capturado ,que morrera junto deles -afirmam que afinal as recomendações e as palavras de ternura das respectivas mães eram iguais e que pouca diferença havia entre eles, jovens atirados para uma guerra muitas vezes com falsos pretextos.

Esta forma de misturar a guerra operacional com o aspecto psicológico dos jovens americanos e japoneses está feita de forma magistral.Recomendo os dois filmes pois são fora de série.