sábado, 15 de agosto de 2009

Um Projecto de Vida que não resultou e deixou muitas sequelas...

Esta madrugada faleceu com 71 anos o A.J, meu primeiro marido.Para quem segue a religião católica, o que não é o meu caso, só nesse momento se dissolveram os laços que nos uniram em matrimónio no longínquo Domingo de Páscoa, 21 de Abril de 1957 na Igreja de S.Mamede em Lisboa.
Quem é que aos 17 anos quando o conheci ou 18 quando casei com ele, não sonha que será para toda a vida, ainda mais sendo ele o 1º namorado?
Em princípio tinha tudo para dar certo,ele já não tinha pais e foi acolhido pelos meus de coração aberto, estudávamos os dois na Universidade "Clássica" de Lisboa, ele na Faculdade de Medicina no Hospital de Santa Maria eu na de Letras, na altura no velho Convento de Jesus e no 3º ano na actual localização na Cidade Universitária. Debaixo das asas da minha mãe ,financeiramente ajudados pelos meus pais e uma pequena herança da parte dele, só tínhamos que estudar e dar largas ao nosso amor.Mesmo quando nasceu a nossa primeira filha tinha eu 19 anos e estava no 2ºAno, até mesmo a segunda nascida 3 anos depois, a nossa vida pouco mudou.
As nossa desavenças começaram depois, já vivendo sózinhos, dado que eu tinha um grande sentido das responsabilidades e ele não. O casamento em idade tão precoce e a paternidade de 4 filhos não obstaram a que continuasse a vida despreocupada de estudante.
E depois a enorme diferença de feitios e de posicionamento perante a vida começou a acentuar-se cada vez mais.
Educada de modo severo, habituada a obedecer sem contestar, havia em mim uma necessidade de liberdade de espírito que era imediatamente cerceada pelo seu feitio dogmático e enviesado.
Afinal eu tivera uma educação vastíssima e ao meu espírito curioso fora permitido, por força da disponibilidade financeira e vanguardista do meu pai, expressar-me na música, nas artes, nas variadas línguas desde a mais tenra infância.
Como poderia eu não me sentir frustada com um marido que desdenhava as minhas opiniões em público, com manifesto mau-estar dos nossos amigos.
A revolta foi grassando em mim e minando o meu amor por ele, que ao invés de me compreender começou a usar da força para me submeter.Mesmo não havendo divórcio na altura,simples separação fui para a frente e não hesitei e ainda hoje não estou arrependida.

O meu 2º marido está longe de ter sido um santo, fez-me sofrer bastante com o seu feitio mulherengo, mas nunca, jamais, duvidou do meu valor como Mulher, antes pelo contrário, deixava-me envergonhada quando perante terceiros se punha a gabar os meus conhecimentos e a minha pessoa.
Tudo o que o A.J. me fez de mal até poderia estar esquecido,afinal já há 40 anos que nos separámos e não me afectou e até compreendi que ele tivesse casado logo a seguir ao nosso divórcio com outra senhora, mais conforme ao seu feitio.

Mas se a mim não me deu o devido valor aos nossos 4 filhos ainda menos.
Não tendo filhos da actual mulher, seria de esperar que mimasse os nossos filhos e netas, mas não.
Ganhando bem como médico seria de esperar que os ajudasse financeiramente nos estudos, e não regateasse os extras da sua educação,mas nesses aspecto nunca me ajudou.
Recusando liminarmente alterar os seus tempos livres em prol de programas com os filhas nos fins de semana decretados pelo Tribunal acabou por as afastar dele por desinteresse manifesto.
Em relação ao meu filho, previlegiando-o por ser rapaz e estar a viver com ele, afastou-o de mim contrariando as ordens do Tribunal.

Gostaria num dia como este , que o Balanço da sua vida tivesse sido mais positivo mas continuo sem compreender a razão porque alguém com um Curso de Medicina consegue ser tão vazio de afectos e centrado sobre si mesmo , ao ponto de mesmo sabendo que tinha uma doença gravíssima não ter tentado restabelecer os laços com as filhas sendo elas estudantes e hoje profissionais de alto gabarito, com procedimentos sociais impecáveis,óptimas filhas e mães, na vil tristeza de qualquer tentativa de contacto ser considerada com segundas intenções.

Mal daquele que ao longo da sua Vida não tenta ser uma pessoa melhor e corrigir os seus erros.
Cinquenta anos, idade da nossa filha mais velha teriam chegado e sobejado para mudar de rumo.

Só tenho que lamentá-lo pelo desperdício duma vida que tanto prometia e que o rancor para comigo se tenha canalizado nas nossas filhas que inocentes neste caso cresceram sem pai, como se fossem orfãs ~.

Pela minha parte não te guardo rancor.Repousa em Paz, são os meus votos.


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os 48 anos da minha filha"portátil",os 80 que faria o C.


É difícil esquecer-me desta data,mesmo com a preguiça que me tem atacado.Mais uma vez já vou atrasada, o aniversário foi a 11/7 mas vale tarde do que nunca.
Já esgotei os elogios que te tenho feito querida S.apenas acrescentar que continuas igual a ti mesmo,calma,ponderada e muito amiga.
Espera-te mais uma etapa difícil em pouco tempo-tens de escrever a Tese do teu doutoramento em Sociologia em pouco tempo, mas sei que vais conseguir com toda a garra que te reconheço.
É uma alegria verificar que tenho 3 filhas que foram mais além nos estudos do que eu, com uma simples licenciatura tendo em conta os sacríficios que todas elas tiveram que fazer.
A Excelência que eu sempre cultivei nelas, mesmo nas que estudaram menos deu frutos e que frutos.
Acho que poderei dizer -Missão cumprida K.
Nota: "portátil" quer dizer que és a mais pequena em altura das tuas irmãs,mas que és "maneirinha",chegas aonde as outras chegam.
Algumas palavras também para ti querido C. que permaneces vivo nas minhas recordações.Terias feito 80 anos mais 10 que eu, e o que mais me lembro é do encorajamento que sempre me deste e da tolerância exemplar pelas nossas diferenças.Aqui estou eu agora mais forte,mais segura ajudando as nossas filhas e as tuas enteadas e mimando e educando os nossos netos a quem falo sempre de ti.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

E já são 32...


Umas horas atrasada, mas presente para registar aqui o aniversário da minha filha mais nova, no dia 21 às 14 horas.
Esta foi a única filha que nasceu na data prevista na Maternidade de Empregados no Comércio de Lisboa no Caldas, freguesia de S.Cristovão e S.Lourenço, com 4,200 kg e 62 cm.
Um parto rápido e muita felicidade pela sua chegada quando já tinha 38 anos.O Pai estava fora e só a viu na Segunda-Feira, ela nasceu num Sábado.
A foto acima nem é de agora mas mostra o seu sorriso bonito com as suas covinhas.
Que dizer dela que ela já não saiba? O quanto gosto dela e como me orgulho do seu percurso,não só académico como esposa e mãe.
Não quer dizer que não tenhamos divergências, mas eu sei que posso sempre contar com ela em qualquer ocasião.Até porque moramos relativamente perto uma da outra.E depois há o meu neto que eu acompanhei diariamente até aos 18 meses.
Atenção que eu também tenho um óptimo relacionamento com as outras filhas e netos, mas esta msg é para ti Lili.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Recebi fotos do Keiran...




O Keiran é o meu bisneto filho da minha neta Mely.
Já faz 5 meses no dia 25 e está um bébé lindo só alimentado a peito.
É parecido com a mãe não acham e semelhante aos bebés da família, gordinhos e com feições correctas.A Mely é que está magrinha e com ar cansado.

Estou toda vaidosa com o novo membro da família.

Nem tudo são boas notícias...

Soube pelas minhas filhas,por estes dias que o meu ex-marido luta contra uma doença grave nos pulmões.
Nunca pensei que o assunto me viesse a perturbar, mas veio.
Não o vejo há mais de 25 anos, estou divorciada dele há 40 e embora eu não seja pessoa de negar o meu passado, confesso que as recordações dele são más , foi um mau marido e um péssimo pai.
O seu feitio autoritário e egoísta levou ao afastamento das filhas, fartas da indiferença e do bota abaixo do senhor.
Quando qualquer pai normal se sentiria orgulhoso com o percurso invulgar das filhas a nível de estudos ele ache que Doutoramentos que não Medicina são desnecessários, (se calhar para ele as mulheres deviam coser meias) ele não as procura nem quer saber, pelo que muito provavelmente vai acabar sózinho com a "escrava" que me substituiu.
E eu tenho é que apoiar as decisões das minhas filhas.Para elas o Pai já morreu há muito.
Custa ver um homem de 70 quase 71 anos, médico, comportar-se assim, mas ele não tem emenda , e eu por mim aprendi à minha custa o erro de ter casado com ele há 52 anos e o ter escolhido para pai de 4 dos meus filhos.
Desejo de todo o coração que ele seja um dos que se cure, já que a ex-mulher do meu 2º marido também teve a mesma doença e ainda está viva com 83 anos.
.

O Mês dos Aniversários na família...



Aqui vão os parabéns para os meus aniversariantes, com o pedido de desculpas pela demora.
No último dia de Abril a 30 0s 42 anos do meu filho.Ele não quer saber de mim, eu devia fazer o mesmo,mas não consigo.Tenho pena muita pena deste afastamento, sobretudo pelos meus netos que não podem usufruir da minha presença e da dos primos e tias.
Depois a 2 a minha comadre H.J,71 anos e o meu genro A. 38 anos.
Este meu genro veio substituir o filho que não o quer ser, é inteligente, educado,sensato e muito meu amigo.
A 12 foi a vez da minha filha C.I. 43 anos, lá longe em Bremen mas tão perto do meu coração.Tudo de bom para ti ,querida filha,que te estreaste como avó na mesma idade que eu,muita saúde e muitas alegrias.No dia 21 será a vez da mais nova ,L.D. completar 32 anos e no dia 26 será o meu enteado E.F que completará 56 anos, o mais velho do rancho.

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril...Sempre !





Sou uma das felizardas que viveu intensamente o 25 de Abril. Vou tentar lembrar-me como o vivi. Nessa altura tinha 35 anos e estava grávida da minha filha Ana.Trabalhava no ex-Banco de Angola como o pai delas na Rua do Comércio e naquela manhã como de habitual eu e o C. dirigimo-nos de carro para o trabalho. Mas não houve trabalho, os tanques e Chaimites do Exército dominavam a Baixa e havia-os estacionados mesmo ao pé do Banco, já que os Ministérios eram nossos vizinhos e fomos mandados regressar a casa.
O C. sempre foi muito situacionista, mais por ignorância política do que por convicção.
Pela minha parte , embora o meu avô materno tivesse participado na Fundação da República em 1910 e fosse perto das correntes socialistas da altura, eu desconhecia que o jornal "República" que ele lia com uma lupa(tinha cataratas) era da oposição e a minha cultura política era zero, mas a minha maneira de ser um pouco rebelde e o grande amor que sempre tive à Liberdade, qualquer uma, fez com que eu acolhesse com simpatia o que se estava a passar.
Em casa, seguia-se o desenrolar dos acontecimentos passo a passo e foi com emoção que escutámos a "Junta de Salvação Nacional" proclamar a queda do regime de Marcelo Caetano, que sendo um Professor Universário muito estimado no meio académico, não soube ou não teve força para se opor aos ultras do seu Partido Único.
A generalidade do povo português não tinha Partido a não ser os Comunistas que viviam na clandestinidade, mas no meio bancário havia se não uma consciência política pelo menos uma Sindical.Os Bancários desde sempre lutaram contra o espírito corporativo que lhes pretendiam impor e pelos direitos dos trabalhadores.
Demorei algum tempo a escolher o Partido mas em Janeiro de 1975, filiei-me no Partido Socialista aonde continuo até agora.
Se tenho tido algumas dúvidas? Sim, mas eu ligo mais às ideias que aos políticos e no PS nunca senti que houvesse falta de liberdade.Sempre houve pessoas nele, umas mais à direita,outras mais à esquerda e correntes de opinião diferentes e todos convivemos bem, salvo raras excepções, eu mesma nem sempre estou com a corrente dominante e nem sempre voto nela mas ao tempo do 25 de Abril toda a gente queria fazer qualquer coisa pelo país e pelas instituições. Eu mesma era dirigente de Secção e passava parte do meu tempo livre lá Essa Secção abrangia na altura os militantes jornalistas já que os Jornais eram quase todos no Bairro Alto.Faziam-se muitas reuniões em que participavam figuras importantes da cultura, da Economia. e da Banca.Havia vida na Secção -convivia-se velhos e novos ,passeava-se em conjunto, um pouco como actualmente os Clubes de Bairro.Era mesmo muito giro.
Paralelamente tinha-se actividade Sindical nos Locais de Trabalho e começou-se a zelar pelos direitos dos trabalhadores.No meu caso pertencendo ao Sindicato dos Bancários um pioneiro nessa lutas,cedo comecei a enveredar por essa área, como Delegada Sindical e durante 2 anos na Comissão de Trabalhadores do Banco de Angola e posteriormente na da União de Bancos Portugueses quando da fusão.
O que aprendi? Muito a todos os níveis.Os jovens tem tendência a menosprezar esse trabalho e até mesmo membros da Administração perguntavam-me porquê eu com uma Licenciatura.
Costumava responder que eu estava onde a Empresa mais precisava de mim e numa altura de fusão em que 3 Bancos se juntam num novo, o factor humano tem de ser respeitado, quando há 3 pessoas para cada cargo(3 Bancos) e excesso de pessoal.
Aliás nessa altura não era a única licenciada, havia-os em Direito e Economia comigo na Comissão.
Aprendi também a expor ideias em voz alta a uma Administração, a trabalhar em equipa,com pessoas doutros partidos e a relativizar as coisas, o que foi muito importante para mim na minha vida pessoal.

Mas voltando ao 25 de Abril, lembra-me da Ana na Secção a gatinhar de fralda no quintal da moradia, da colagem dos cartazes feita pela minha filha mais velha com o António Costa um miúdo 3 anos mais novo do que ela.

Lembro-me dos ataques com gás lacrimogénio ao Jornal "República "em que apareceram os jovens da JS todos a chorar na Secção, dos ataques às bandeiras fora dos carros por militantes da extrema-esquerda, lembra-me do célebre discurso do Pinheiro de Azevedo em pleno Terreiro do Paço e do ataque do Copcon aos manifestantes e à minha fuga para o Chiado com filhas e sobrinhas adolescentes.Do primeiro 1º de Maio falarei noutro post.Lembro-me dum Comício do PS no Coliseu em que cantava a Lena d'Água e do desaparecimento da minha filha Ana com os seus 6 anos e como eu e o pai a encontrámos muito descansada a falar com a cantora nos bastidores já que era uma grande fã dela e do Mário Soares no Comício da Alameda,lembro-me 3 anos mais tarde do Congresso da Internacional Socialista no Hotel Ritz, realizado à porta fechada, em que conheci pessoalmente políticos como o Willy Brandt,o Olaf Palme, o Felipe Gonzalez e Bettino Craxi para quem servi de intérprete, estava nessa altura grávida da minha filha mais nova.
Lembro-me duma época em que na casa dos 30 anos ainda pensava que ía mudar o Mundo.
Hoje ainda não desisti, mas tenho muitas dúvidas e preguiça de me envolver outra vez na política.
Mas que foi lindo, foi, e que deixou saudades, muitas.

sábado, 18 de abril de 2009

O meu menino lindo fez 3 anos...





No passado dia 10 de Abril,Sexta-Feira Santa.Já não é um bebé, mas um rapazinho, muito bem educado e muito esperto.
O que mais admiro nele é a capacidade de tirar conclusões relacionando os factos com experiências anteriores ou ensinamentos dados como resposta à sua curiosidade.Sempre foi uma criança muito atenta à natureza desde muito bebé, amando as árvores, as plantas, as água e a sua lua que sempre foi motivo do seu principal interesse.Daí este ano ter tido um bolo de aniversário com o céu, a lua e as estrelas.
Fico contente quando acerto nas prendas de anos e sei que gostou muito das minhas, principalmente dum pequeno livro ilustrado da música do Caetano Veloso "Gosto muito de ti Leãozinho".Calculei que gostando ele de cantarolar e sendo muito afinado, não resistiria a esta música tão simples mas tão bonita..Também lhe comprei um livro do "Ruca" de que é fã agora, tendo deixado o Pocoyo de lado, o que se compreende já que o Ruca é um menino da sua idade mais ou menos, onde ele se revê certamente.
Como era Páscoa ,comprei para os 3 netos mais novos, chupa-chupas de chocolate ,coelhos e pintainhos, que me pareceram mais originais que os ovos.
Sou mesmo uma avó babada por estes meus netos cujo crescimento tenho sempre acompanhado de muito perto e vejo que todos me retribuem o afecto que tenho por eles.
No caso do Lou, eu sou da casa, está à vontade comigo, gosto que eu brinque com ele e faz-me muitas ternurinhas nos entretantos.
O tempo não ajudou,pois estava de chuva o que não permitiu a ida ao Zoo, como estava previsto, mas a Festinha em casa combinada à última hora estava óptima, com comida apropriada aos jovens, como é apanágio da minha filha mais nova.
Obrigada por um dia muito bem passado e tudo de bom para o meu menino querido e seus pais.


segunda-feira, 6 de abril de 2009

"My Upside down Life"







Acabei de perder um post por causa da importação de uma foto e por qualquer razão nem no rascunho ficou,assim haja paciência e recomecemos.
Há muito que não escrevo no blogue, porque tenho estado ocupada com outras coisas.O Título não é dum filme mas eu como acho que a minha vida está actualmente - de pernas para o ar.
Tenho feito do dia noite e da noite dia e dei por mim a pensar porquê. Sempre gostei mais de trabalhar à noite do que de dia, mas devido ao meu horário de traba
lho no Banco das 8h30m às 18 h levei 30 anos de resignação, pois nunca dormia o que precisava,por me deitar sempre tarde.
A reforma veio obviar a essa situação passei a não ter horários e a ir dormir por volta das 2 h da noite. Simplesmente nos últimos 2 meses passei a estar no computador até as 7 h da manhã e dormir até às 15,16 h da tarde.
Hoje fui acordada por duras críticas de que não fazia nada de útil e passava o tempo deitada no sofá a ver TV.
Tenho pensado todo o dia na veracidade ou não de tais palavras e sobre o que são coisas úteis na vida de cada um, sabendo que as respostas podem ser as mais variadas.
E engraçado a primeira coisa em que pensei depois da crítica foi que ouvira iguais palavras da mesma pessoa quando era adolescente.
O cumprimento do horário de manhã e de tarde do Liceu onde andava não chegava, o resto do tempo tinha de ser preenchido com coisas úteis, tais como inglês e francês,piano e solfejo, bordados e pintura. A Leitura que eu fazia da mesma maneira que agora, estendida no sofá grande era durante as tardes livres bem como os discos(muitos)
que eu partilhava com as minhas colegas do liceu às escondidas,porque o acesso a casa era limitado.
Eram essas coisas úteis reconheço mas onde ficava o tempo para o lazer? Aos Domingos no cinema com a minha tia e madrinha.

Desde que me reformei já fiz muita coisa,porque quis - dei aulas de inglês e alemão gratuitas na Universidade de Terceira Idade,recebi aulas de pintura em porcelana durante 9 anos no Sindicato,aprendi a bordar tapetes de Arraiolos lá também e tenho acompanhado os meus netos mais novos e praticado Hidroginástica 2 vezes por semana.
Durante esse tempo de aprendizagem fiz mais de cem peças em porcelana,uns 40 quadros em óleo, em acrílico e dezena de tapetes grandes de Arraiolos para a casa.Esta casa está praticamente decorada só com trabalhos meus,de todos os géneros,de azulejos a pratos em porcelana, quadros ,estanho,madeira,tapetes, quadros e almofadas bordadas em "petit point" e arranjos florais.
Representam muitas horas de trabalho.Na minha anterior casa até portas deco
rei para esconder a sua decadência.Só que não se pode estar sempre a fazer trabalhos ,quando não há mercado para as vender e a casa é pequena.
Reconheço que dedico pouco tempo aos trabalhos domésticos, mas eles também não abundam e que saio muito mais para fazer compras necessárias do que para passear.
Para as pessoas que não utilizam e frequentam a Net é difícil avaliar o trabalho que se faz no computador.
Desde criança que adoro cinema e recordo que gastava parte da mesada em revistas de cinema.Não é de estranhar que gostando de coleccionar, eu tenho guardado vários objectos e neste caso concreto filmes, 1º em VHS e actualmente em DVD.
Desde a altura em que apareceram os gravadores há cc de 20 anos que comecei a minha colecção de filmes que actualmente atinge
mais de 1800 DVDs.
Para a controlar comprei há uns 5 anos um programa informático holandês chamado Collectorz (Movie Collector)e desde aí tenho dedicado muito do meu tempo a preencher o ficheiro embora a maior parte já venha pronto através de Busca na Net.
Entre 2004 e agora os elementos dos filmes vem cada vez mais completos e é preciso voltar a verificar cada uma das fichas,uma por uma para preencher os elementos em falta.
Com a mudança de casa descuidei-me um pouco com a arrumação presencial dos filmes e tive que imprimir há dias a totalidade dos ficheiros para poder comparar o registo informático com a existência real.
São pois essas tarefas que me tem mantido ocupada pela noite fora-a conferência dos registos informáticos para posterior mexida nas estantes onde os DVDs estão arrumados.Até agora só arrumei em definitivo o Ficheiro de DVDs infantis e juvenis que estou a fazer para os meus netos.
Para mim é uma actividade útil, não o será para outros, admito, mas daí a ser criticada por a ter escolhido não me parece correcto.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A minha Mãe fez 94 anos no passado dia 6 ...




As minhas desculpas por tão grande atraso na publicação, mas tenho andado entretida com muitas outras coisas e nem sempre apetece escrever.
Primeiro comentário: Não acham que continua a ser muito bonita ?
Eu acho que sim.E inteligente também.Já no feitio não lhe dou nota 100.
Mas falemos um pouco da sua vida,que tem muito que contar.
Nasceu em 1915 em Lisboa na casa da Graça onde habita actualmente a minha filha S.Esta casa, anterior ao Terramoto conserva a traça antiga com azulejos na sala ,portas de vidrinhos e janelas de guilhotina.

Alugou-a o meu avô, quando se casou pela 1ª vez e ele teria feito 130 anos em 27/2.A minha avó foi a 2ª mulher e morreu tinha a minha mãe 12 anos, deixando-a com 2 irmãos, um rapaz e uma rapariga para ajudar a criar.
O meu avô foi um grande republicano e teve a grata surpresa de ainda estar vivo quando nasceu a minha filha mais velha a 5 de Outubro de 1958.
Pelo que me foi contado era um pai severo e pouco afectivo, mas no que toca a educação proporcionou às 2 raparigas , a frequência da Escola Comercial de Veiga Beirão, que era mista imaginem, tendo a minha mãe saído Contabilista e mais tarde Técnica de Contas nas Firmas do meu falecido pai.
Quando digo pouco afectivo, acho que era o figurino dos pais na altura, pois em várias ocasiões mais tarde no que me diz respeito era uma avô muito meu amigo.

Acho no entanto que esta situação de orfandade precoce, marcou para sempre a minha mãe, tornando-a desajeitada na demonstração de sentimentos maternais e avessa a carícias.
Primou nela mais o respeito e um certo temor que exigia de mim do que os miminhos e a indulgência que eu por razões doutro tipo de orfandade gostaria de ter tido.

Não quero dizer que não me tenha educado bem, mas sempre foi muito exigente no que toca ao comportamento,aos estudos, aos amigos e amigas, mais tarde aos meus maridos.

O facto dela ser aparentemente uma pessoa muito segura de si, o que não é de estranhar pela sua beleza e inteligência, tornou-me a mim numa pessoa com baixa auto-estima, que levou uma vida e muitas quedas entretanto, a conseguir a confiança que eu hoje demonstro.

Gostaria que ela reconhecesse, que toda a minha vida esperei da sua boca palavras de incentivo e não de crítica constante e de amparo nos maus momentos e em vez de sentimentos de culpabilidade.

Sendo as duas do mesmo signo, ambas teimosas, criativas e emotivas não é de estranhar que os nossos feitios se choquem , com a diferença que eu agora não cedo facilmente como ela estava habituada que eu fizesse.

E espero que tenha presente que tenho consciência no muito que me ensinou em termos de culinária, arrumação, trabalhos manuais(um pouco contrariados por eu ser canhota e ela não).

As experiências negativas que tive com ela, fizeram-me ser agora um melhor mãe de quando era jovem, uma avó com um amor e paciência infinita com os meus netos e espero uma melhor bisavó para o meu alemãozinho -o Keiran.

Mesmo assim ,Mãe, que sorte a minha de ainda a ter a meu lado quando o pai partiu quando eu tinha 25 anos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Xó..pessimismo ou Rescaldo de um Aniversário.


Na última mensagem que escrevi deixei-me vencer pela tristeza,afinal passar a ser "Septuagenária" não acontece todos os dias e acho, acho não, tenho a certeza que fui dura demais com as minhas filhas.
Espero que me possam perdoar se fui dura demais, mas irrita-me que as duas visadas se comportem como eu fosse a filha e elas a mãe.
A culpa não é delas mas minha, pois na altura devida não lhes soube passar a diferença entre a Mãe e uma amiga que também sou.
No entanto quero que saibam que a minha crítica foi bem intencionada, apenas um reparo a atitudes que elas nem se apercebem que tomam.
Mais do que as presentes apreciei o gesto bonito de se juntarem e me proporcionarem um lanche mais personalizado que num restaurante e recheado de coisas muito boas que sobretudo a mais nova que cedeu a casa se esmerou a confeccionar.
Penso que igualmente mostraram o seu afecto por mim na escolha das prendas que foram todas ao encontro dos meus gostos pessoais.
Acreditem que me arrependo de vos ter mostrado desagrado, que pode ser interpretado por vocês como não reconhecimento do vosso esforço, digamos que o timing foi incorrecto, mas a intenção foi boa.

Sabem que gosto muito de todas vós , que tenho muito orgulho nas vossa qualidades, mas acho que ainda podem corrigir as vossas arestas menos boas para serem perfeitas.
Afinal eu também não sou perfeita.Será que estou perdoada ?
Reparei que tu L.estavas aborrecida comigo hoje ao telefone e fiquei preocupada.
Tudo isto serviu para eu por a mão na consciência e tentar ser mais paciente com a vossa avó, pois se calhar ela também não me chateia por mal.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

"Sweet Seventy" - Impressões de um Aniversário especial


Completei 70 anos no passado dia 21, Sábado de Carnaval.
Nasci numa Terça de Carnaval mas nem por isso gosto desta época, talvez porque nunca gostei de dar nas vistas, o que não quer dizer que nunca me tenha mascarado.Para além das habituais máscaras de criança, vesti-me de minhota, com um belo fato verde a preceito num baile do Casino de Estoril e de Cleópatra num chamado "Assalto" na casa duns amigos, tudo isto nos meus 20 e tal anos.
A Festa do meu aniversário foi em casa da minha filha mais nova e juntei 4 filhas mais a 5ª através da Net a partir da Alemanha.O meu filho como habitual nem sequer se lembrou da data.
Dos 7 netos estiveram os 3 das filhas mais novas, a minha mãe,os meus genros e a avó e bisavós do meu neto mais novo.
Vi que se esmeraram por ter petiscos e bolos do meu agrado, especial mente a mais nova que cedeu a casa, mas tenho que confessar que saí de lá algo triste e preocupada.
Apercebi-me finalmente do falado "generation gap".Se por um lado fiquei feliz por ver a harmonia e amizade profunda entre as minhas filhas, verifiquei que a tendência é deixarem-me de fora das conversas intelectuais como eu já não estivesse ao nível delas - o que não será o caso.E é tanto mais injusto porque com diz a minha neta mais velha eu fujo ao figurino das mulheres da minha idade.
Não por snobismo mas por interesses completamente diversos, já que eu gosto da Net, cinema ,artes e movimento-me bem nas novas tecnologias sinto-me como peixe fora de água com pessoas da minha faixa etária e mesmo um pouco mais novas.
Eu sei que o problema é meu e não dos outros, mas a verdade é que esta minha singularidade de gostos me levou a preferir desde muito jovem a solidão e me entreter com os meus hobbies.
É -me pois muito difícil de aceitar que filhas minhas, que eu julgaria capazes de me aceitar como sou, façam juízos negativos das minhas actividades - género -os teus hobbies de pintura, de coleccionismo( no caso presente filmes e documentários em DVD) são desnecessários, não apreciamos(querendo dizer-quando morreres vai tudo para o lixo), como eu os fizesse para o "Enxoval" delas e não me fosse permitido realizar-me com elas.
Claro que há excepções que equilibram a balança, sempre essa minha filha perfeita no feitio, equilíbrio, bondade, essa sempre se mostrou agradada com a mãe que tem, e felizmente passou esse equilíbrio à sua filha, minha neta ,com quem tenho uma relação de admiração mútua, para não falar nos meus netos mais pequenos.
Creio que a ponte está aí, pois tem orgulho de terem uma avó diferente e dão-me muito afecto.
Não sou pessoa de me dar por vencida e por isso tenho esperança de um melhor entendimento e que as que me tratam como "idosa" ponham a mão na consciência e se recordem como chegaram à enorme cultura geral que todas tem.Não havia net nem Google mas tinham sempre resposta para as suas dúvidas e raramente precisavam de ir à Biblioteca.Faço o mesmo agora aos netos, não desarmo com os porquês do Lou.Eu mesma tive muitos respondidos pelo meu pai.
Sei o que é movimentar-nos durante anos em ambientes intelectuais e os perigos de arrogância perante os que sabem menos.O que para nós é canja" não o é necessariamente para os outros.Atenção queridas S. e L.baixem à terra, vocês foram bafejadas com inteligência,background,instrução, mas a S.também, só que ela levou muito mais pancada da vida do que vocês e ganhou essa sabedoria de vida que a caracteriza.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Gosto muito de ti Leãozinho...




Querido P.ontem,Dia dos Namorados 14/2/2009,fizeste 7 anos.
Esta mensagem é-te dedicada.


Ainda me lembro quando nasceste na Maternidade Alfredo da Costa e como passámos , eu e as tuas tias,uma noite de preocupação pois não havia meio de nasceres.Quando o fizeste foi espanto geral pois tinhas 4,600 kg.Devido ao muito tempo que demorou o teu nascimento foste levado para a incubadora e podes imaginar o que era ver-te enorme numa sala com bebés prematuros com pesos à volta de 1kg,quase não cabias dentro dela.

Com pena minha foste criado em casa da tua outra avó, com a minha total concordância atendendo que ela estava gravemente doente e
condenada a durar pouco.
Talvez por isso não estejas tão ligado a mim como a tua irmã I.criada em nossa casa nos primeiros anos, o que não quer dizer que não goste de ti do mesmo modo, até porque és um menino muito educado, inteligente e bom estudante.




Com tua mãe e irmã

Quero tudo de bom para ti e que eu
possa ver o mais tempo possível.

E se continuares um Sportinguista ferrenho como agora, eu não me zango, apesar de benfiquista pois vejo que gostas a sério do teu clube e até jogas nas suas Escolinhas.Quem sabe até onde irás no Desporto ?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Idade verdadeira ou a que eu aparento ?...

Não sou eu na foto, tirei-a da Net

Pode parecer presunção, mas envelheci sem quase dar por isso.
Talvez porque tenho filhos dos 51 aos 31 anos , acompanhei as mudanças quotidianas da Sociedade, sem a resistência à Mudança que vejo em muitas pessoas .

Farei em breve 70 anos e sinto-me chocada quando ouço nas notícias a classificação de "idoso ou idosa" ou "sexagenário ou septuagenário" porque o figurino não condiz comigo.Definitivamente...
O Tempo foi benévolo para mim no aspecto físico , no facto que não envelheci muito no rosto, mas o facto é que engordei demasiado o que me deixou com uma corpulência indesejada.

Lembro-me de ser uma pessoa mais esmorecida quando era mais nova, mas a partir dos 50 tornei-me positiva e passei a relativizar mais os problemas e como sempre fui um espírito muito curioso, não deixei de me interessar e aprender imensas coisas.Para mim ,as coisa pela rama nunca foram do meu agrado e devo muito à Faculdade a sistematização das minhas pesquisas embora reconheça que já em miúda eu lia tudo e mais alguma coisa que houvesse sobre história, biografias e a já falada Mitologia Grega e Romana.Também não havia televisão e as idas ao cinema não satisfaziam essa minha curiosidade.
Com o advento dos computadores e da Net, confesso que os livros passaram um pouco para trás, porque quando quero saber mais vou ao Google e procuro.
Agora que cheguei a esta idade, compreendo melhor o valor da experiência, embora pense que se pudesse não ter passado por certos dissabores não se tinha perdido nada.
Todas estas considerações vem a propósito de se ter comentado cá em casa a mania de uma minha familiar entrar em programas de opinião dos vários canais e tirar 10 anos à idade real ,isto é ela tem apenas menos 15 meses que eu, e por essa ordem de ideia eu deveria dizer que ia fazer 60 anos o que seria caricato já que a minha filha mais velha tem 51 e a sua mais velha anda ,não sei ao certo pelos 30 e muitos.Eu casei muito cedo e ela muito tarde daí a diferença de idade dos nossos filhos.
Longe de mim criticar quem rouba na idade, o que me custa é interiorizar a razão porque o fazem.
Admito que o faça quem pretender conquistar um homem mais novo depois da viuvez, mas até não é o nosso caso.
Claro, que me agrada a expressão de espanto quando digo a minha idade, mas é um dom da família materna e as minhas 5 filhas também beneficiaram destes nossos genes, todas elas parecem muito mais novas do que a sua idade, o meu filho não tanto porque na sua profissão trabalha dias e noites o que envelhece prematuramente as pessoas.
Concluindo, penso que este problema tem muito a ver com o espírito positivo ou hipocondríaco das pessoas e se estas são abertas ou não ao progresso - eu sou, tenho um telemóvel de gama alta, sei montar e utilizar todos os aparelhos domésticos ,de TV e de som e não me costumo dar por vencida a nível informático.Se não consigo à primeiro tanto teimo que geralmente consigo solucionar o problema.
Não quer dizer que não faça tapetes de Arraiolos como outras senhoras,mas não vejo telenovelas ou canais generalistas para alèm dos noticiários prefiro pintar e desenhar,e ver filmes e séries no Cabo. Acho que o que me distingue é que não tenciono arrumar as botas já e achar que as "modernices" não são para a minha idade.
Claro que sim - o meu único travão é a limitação financeira que uma boa reforma no entanto não deixa de ocasionar.

Enquanto a saúde for boa, pondo para trás as habituais dores de ossos da "3ª Idade" e as alergias que me cortam um pouco o fôlego estou aqui para as curvas e para ajudar, os meus 7 netos e o meu bisnetinho de 1 mês.
-"Anda avó anda bincai", como diz o mais pequeno, como eu fosse da idade dele.E eu toda derretida lá vou, ou ir às compras ou à Piscina com a I.a mais nova das raparigas porque sou segundo ela uma avó divertida e acrescenta muito teimosa são as actividades que mais prezo.
Queridas filhas e netos espero que no próximo Carnaval, nasci nele e repito mais uma vez ,venham estar comigo e me ofereçam o que eu mais anseio - o reconhecimento de que se sentem orgulhosas de serem minhas filhas e netos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Efeméride - Barack Hussein Obama...


Assisti no dia 20 em directo à Tomada de Posse do 44ºPresidente dos Estados Unidos da América.
Orgulho-me de o ter podido presenciar.

Assisti também há anos à posse de JFK e também tive muita empatia com ele.
Não foi exemplar como pessoa, mas foi um bom Presidente.

Começo a notar que já vivi bastante e que já presenciei muitos factos históricos, até o facto de ter nascido no ano em que começou a 2ª Guerra Mundial-.

Não me revi de modo algum em Bush Filho.Era uma anedota e mostrava o lado pior dos Americanos.O Fanatismo, a estreiteza de vistas, o despotismo a nível International, um cow-boy do Texas, com muito dinheiro que nunca saíra do País, mas uma instrução deficiente.

Há grande esperança em Obama, gostaria mesmo que fizesse algo de bom pelos Americanos e fosse um hábil Diplomata. Não lhe falta inteligência, nota-se bem, mas os tempos que atravessamos são muito difíceis.

O Partido Democrata não é a Esquerda Europeia e 50 Estados com diversas sensibilidades serão certamente difíceis de coordenar.

Vamos esperar para ver.Boa sorte...

Parabens querido genro...

Pai,Mãe e Filha

Foi a 21/1 que completaste 54 anos. Atrasei-me na hora,as minhas desculpas.

Ao princípio quando começaste a namorar a Sofia, receei pela ligação por não te conhecer bem, mal sabia que estava aí uma jóia preciosa.

Nada tenho a dizer de negativo sobre o N.Foi um bom filho, é um bom marido, um excelente pai, tio.Alèm disso é um artista, pinta e tem grandes conhecimentos de Arte
. Estiveste sempre presente quando precisei de auxílio, para mim és um filho muito querido.
Muita saúde e bons negócios.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

" A Joia da Coroa "a.k.a. "The Raj Quartet"


Já falei aqui de um outro Quarteto fabuloso-O Quarteto de Alexandria.
Este , com cenário diferente- A Índia nas vésperas da Independência e
transposto em 1971 de forma magistral para uma Série da Granada com 14 episódios.
Resolvi revê-la a semana passada e conclui que nestes 38 anos continua a ser interessante, actual em muitos aspectos e extremamente bem representada.Baseada na obra em 4 volumes de Paul Scott "The Raj Quartet" retrata a decadência do Império Britânico na Índia, durante a Segunda Guerra Mundial , o racismo dos ingleses, o ódio entre indús e muçulmanos e em primeiro plano uma série de figuras humanas muito credíveis e com percursos muito diversos.
Nos livros , com contínuos flashbacks,que o tornam algo confuso históricamente, tem-se a oportunidade de saber pormenores que na Série assentam mais na caracterização apurada, pelos actores ,das personagens que encarnam.O vilão da história e a dama de Companhia, respectivamente Tim Pigott-Smith e Dame Peggy Ashcroft foram laureados com vários prémios de interpretação, mas não detsoam do resto do elenco que é de 1ª linha.
Esta saga brilhante conta-nos a história de mulheres e homens lutando para se adaptarem às mudanças drásticas que enfrentam e é interessante verificar o que mudou e o que não mudou nos nossos dias.
Em relação à mania da superioridade dos ingleses, parece-me que pouco se alterou.Calculo que continuam a não ver com bons olhos misturas raciais, género cada macaco no seu galho- O problema de Harry Coomer educado em Inglaterra num colégio de elites, demasiado inglês para a Índia a que teve que se acomodar como Hari Kumar à força e o seu amor proibido por Daphne Manners da aristocracia local deve-se mais a uma característica comum às colónias e que até nas portugueses se verificou.Um Nativo era julgado sem Julgamento sobretudo se o polícia tinha menos estudos que o arguido.
Não era fácil arranjar quadros médios para a Índia, muitos menos casais que quisessem repatriar-se a menos que lhes acenassem com melhor vida.Para alèm da classe alta que ia por devoção, caso dos militares de alta-patente e respectivas famílias,muitos dos filhos já lá tinham nascido, os que apareciam eram os de classe média baixa, que não singravam na Metrópole, mas que na Índia tinham criados e boas casas e cujas mulheres se achavam superiores aos nativos, por muito educados que eles fossem,moralistas hipócritas que bisbilhotavam a vida da pseudo-sociedade que frequentavam.
Os jovens lá nascidos tinham outra maneira de ver as coisas.Distinguiam a educação ,mais que a posição social e tratavam bem os seus criados, respeitando-os e até estimando-os,mas tinham a noção que a Índia devia ficar para os indianos.Duas de heroínas usam farda, ajudando no esforço de guerra.Ambas tem em comum, um espírito aberto,leal e afectuoso.
Ao ler e ver estes comentários, recordei o que se passou em Angola e Moçambique.De um lado uma população muito mais iletrada, mas que disponha de regalias e criados que nunca teriam na Metrópole, doutro uma população mais influenciada pelos ingleses que não se misturava com os nativos.
Ao escrever sobre a Série fica sempre muito por dizer-uma fotografia deslumbrante, o exótico, a política dilacerante do tempo de Gandhi que levou ao massacre de milhares de indianos-indús contra muçulmanos, a criação da Índia e do Paquistão.
Fica-nos a ideia de uma Índia, em ordem(embora pela força),os erros de parte a parte, o fim duma era que não mais voltou.A Índia que aqui é retratada,nada tem a ver com a actual,mas dá para ver que os ingleses subestimaram a massa cinzenta dos indianos que se tem distinguido a nível da electrónica.Naquela altura,salvo raras excepções os indianos ou eram criados ou amas, jardineiros ou soldados rasos que serviram de carne para canhão nas guerras dos ingleses.Mas já é sabido que o se humano prefere a Liberdade mesmo com pobreza do que a escravidão com riqueza.

Recomendo os livros e sobretudo a Série pela sua beleza e pelo que certamente aprenderão sobre História e sobre o ser humano,qualquer que seja o País onde se encontra.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Inquietudes dum espírito inquieto...

Acabei de receber a foto do meu bisneto e netos

Inquietudes dum espírito inquieto...
Sim,sou eu e quem me conhece sabe que eu sou assim.Tudo o que faço é sempre pouco para o que gostaria de ter feito.Será defeito ou feitio?
Ou característica do meu Signo-Peixes?
Quando penso no ano de 2008 que ontem terminou, tenho a sensação de não ter feito nada de útil e ter-me acomodado a uma rotina que me desagrada.
No entanto não foi um Ano mau para mim.Desfrutei bastante dos meus netos, comecei a Hidro-ginástica, fiz alguns quadros a acrílico, objectos em estanho para o Natal, criei este blog, dei algum apoio externo a minha mãe.
No lado negativo, algum aperto orçamental devido à prestação elevada do meu Seguro de Vida e Empréstimo do Banco, que levam 50% da minha Reforma por mais 76 longos meses e que não me permite a frequência de outros Cursos que me interessavam no âmbito das Línguas e Artes e ajudar mais os meus netos.
Mas pelo menos tem-me permitido alguma tranquilidade nesse campo e mesmo algumas extravagâncias.
Tenho lido pouco, com excepção dos Semanários, talvez por ver muito cinema em casa e várias Séries que tenho gravado, mas atendendo que também me dedico à Catalogação da minha DVDteca passo igualmente várias horas no Computador.Escusado será dizer que tenho uns horários de vida completamente insólitos, ou eu não fosse uma Noctívaga condenada pela profissão a ter de trabalhar a partir das 8H 30 durante 30 anos nunca me deitando antes da meia noite, 1 hora.
Hoje em dia deito-me entre as 3 e as 7 horas da madrugada e levanto-me ente as 12 e 14 horas.Não será muito saudável, mas por enquanto dou-me muito bem assim.

Qu
e espero deste novo Ano?

Bem,sou uma optimista por natureza e recuso sempre baixar os braços antes de tempo, característica que felizmente doei aos meus filhos e até netos.Na nossa família só a minha mãe é negativa por natureza, os outros tem por hábito rir-se da nossa "desgraça" e que não tem sido pouca ao longo dos anos.

Não somos muito bafejados pela sorte , talvez por essa razão não somos demasiado exigentes com a Vida.O que for soará, logo se vê!

Vai ser um ano difícil, dizem, mas todos estão empregados ou com perspectivas de carreira académica, nenhum é de grandes exigências pelo que acho que não seremos demasiado afectados pela crise de Portugal,Noruega e Alemanha que são os países ligados aos meus filhos na área do trabalho.

Políticamente penso que o meu Partido tem feito alguma coisa, embora não aprecie o estilo do leader, até não votei nele, mas acho-o sem dúvida muito corajoso e nisso surpreendeu-me, tenho de confessar.
Todos sabem que é difícil ser-se prior nesta freguesia!!!!

Os Portugueses são por natureza maldizentes e nunca acham nada bem, seja qual for o partido no poder e acima de tudo detestam perder privilégios e serem avaliados pelo seu trabalho.Posso falar, porque trabalhei 3 anos no Estado com alemães e nos Bancos onde trabalhei sempre fomos avaliados e promovidos por mérito.
Espero baixas nas prestações que compensarão o preço de outras coisas que irão subir, costumo orçamentar esses aumentos antecipadamente pelo que não devo ter surpresas, a não ser no campo da saúde que é sempre uma incógnita.
E não pedindo muito gostaria de mais um neto/a , 1 bisneto/a e conhecer o menino Keiran Ian Stemmer o filho da minha neta Melanie de Bremen que nasceu no Dia de Natal.