quinta-feira, 26 de junho de 2008

Ventos de intolerância...



Sempre achei que os alemães, não todos claro, conservavam algo da cultura nazi, que me desagradava, por muito que batessem com a mão no peito, que os seus avós tinham sido democratas e que nunca tinham estado do lado do Hitler.Alguns não estariam, mas pagaram caro,não falando sequer dos judeus, mas quem eram todos aqueles que vemos nas paradas em documentários antigos?Tinham lá ido ver o futebol?


Talvez por ter visto os "Ventos de Guerra" tão recentemente, acabei por por-me a comparar situações que lá vi, por exemplo como subtilmente se pode atiçar os mais cordatos contra os estrangeiros que lá vivem mesmo há muitos anos.Não se consideram eles a raça superior?


A situação que me indignou, porque me toca de perto, fez tocar a campainha na minha cabeça para coisas que também acontecem por cá com a extrema direita.


Estou consciente que em épocas de crise, as pessoas são mais intolerantes, devido ao desemprego crescente a nível europeu e nos Estados Unidos .Mas o problema é ainda mais subtil e não muito diferente do que me aconteceu quando comecei a trabalhar.


Fui confrontada com a notícia de que a minha filha C.I. que vive em Bremen,fui novamente despedida por razões incompreensíveis.


Como casou aos 17 anos com um alemão e foi para lá viver não concluiu o antigo 7ºano, mas tirou recentemente um Curso de Hotelaria que lhe deu a equivalência.


A primeira experiência negativa a tempo inteiro foi numa livraria, com o pretexto que não tinha habilitações específicas, mas a verdade é que havia má vontade das colegas e chefe para lhe ensinarem o serviço.


Vamos ser claros-a minha filha de 42 anos além de parecer irmã da filha de 23 é muito bonita e é filha dum médico e duma bancária além de ser uma artista a pintar e saber várias línguas, não é a típica portuguesa de nível modesto que os alemães toleram porque fazem os trabalhos que eles não querem.E manteve a nacionalidade portuguesa embora use o nome do ex-marido.


Desta 2ª vez a trabalhar num Hotel como Recepcionista, teve que lutar com a inveja das colegas por ser a preferida dos hóspedes pela sua simpatia e não discriminação da sua parte de clientes doutras etnias ou religiões.Parece que a pessoa que ela substituiu pediu para voltar e sem mais nem menos despediram-na.


Conheço muito bem o valor dos meus filhos, sei das suas capacidades acima da média, da parte artística que vem dos meus pais e de mim,da simpatia natural de todos, pelo que, dado que durante anos ela trabalhou em várias lojas em part-time sem problemas de maior, tenho que concluir que sopram actualmente ventos de intolerância e racismo na Alemanha.


É certo que o meu primeiro emprego na Fábrica Militar de Braço de Prata como tradutora de alemão na Inspecção Alemã de Armamento, me fez aprender na pele a exigência, rigor e produtividade exigida pelos Coronéis Alemães com quem trabalhei.Pelo menos deu-me a experiência que me permitiu ficar nos 3 primeiros lugares do Concurso para o ex-Banco de Angola, como tradutora de inglês,alemão e francês.

A minha experiência diz-me que na generalidade há mais inveja nas mulheres do que nos homens quando se é bonita e nos homens se se é inteligente e tem que se contar com um certo assédio sexual por parte destes.O que há mais é chefes burros e homens engatatões.Talvez agora que quase todos são licenciados seja diferente, mas é da natureza humana.A competição talvez seja maior ainda, nos tempos que vão correndo.

No entanto já tinha verificado no contacto com o meu genro e sua família, a mania da superioridade dos alemães sobre os outros povos, o muito que bebem, o lado conservador e destrutivo das suas relações com as mulheres e filhos que acabou por levar a minha filha e neta a serem tratadas por Psicólogos.


Como eu gostaria que a minha filha regressasse a Portugal para junto da família, mas lá ganham muito mais e ela vai ser avó em Dezembro.


Imagino o estado de desânimo que estes acontecimentos lhe podem causar depois de ter ultrapassado uma adolescência difícil, uma divórcio e uma filha única problemática.


Esta mensagem é-te dedicada querida filha ,agora que te vou ter por cá alguns dias.E já sabes conta sempre com o meu apoio.Gosto muito de ti...
E viva o Portugal Saloio mas País de Afectos, e porque não ,viva a Grécia que é um povo tão semelhante ao nosso!

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