Talvez por ter visto os "Ventos de Guerra" tão recentemente, acabei por por-me a comparar situações que lá vi, por exemplo como subtilmente se pode atiçar os mais cordatos contra os estrangeiros que lá vivem mesmo há muitos anos.Não se consideram eles a raça superior?
A situação que me indignou, porque me toca de perto, fez tocar a campainha na minha cabeça para coisas que também acontecem por cá com a extrema direita.
Estou consciente que em épocas de crise, as pessoas são mais intolerantes, devido ao desemprego crescente a nível europeu e nos Estados Unidos .Mas o problema é ainda mais subtil e não muito diferente do que me aconteceu quando comecei a trabalhar.
Fui confrontada com a notícia de que a minha filha C.I. que vive em Bremen,fui novamente despedida por razões incompreensíveis.
Como casou aos 17 anos com um alemão e foi para lá viver não concluiu o antigo 7ºano, mas tirou recentemente um Curso de Hotelaria que lhe deu a equivalência.
A primeira experiência negativa a tempo inteiro foi numa livraria, com o pretexto que não tinha habilitações específicas, mas a verdade é que havia má vontade das colegas e chefe para lhe ensinarem o serviço.
Vamos ser claros-a minha filha de 42 anos além de parecer irmã da filha de 23 é muito bonita e é filha dum médico e duma bancária além de ser uma artista a pintar e saber várias línguas, não é a típica portuguesa de nível modesto que os alemães toleram porque fazem os trabalhos que eles não querem.E manteve a nacionalidade portuguesa embora use o nome do ex-marido.
Desta 2ª vez a trabalhar num Hotel como Recepcionista, teve que lutar com a inveja das colegas por ser a preferida dos hóspedes pela sua simpatia e não discriminação da sua parte de clientes doutras etnias ou religiões.Parece que a pessoa que ela substituiu pediu para voltar e sem mais nem menos despediram-na.
Conheço muito bem o valor dos meus filhos, sei das suas capacidades acima da média, da parte artística que vem dos meus pais e de mim,da simpatia natural de todos, pelo que, dado que durante anos ela trabalhou em várias lojas em part-time sem problemas de maior, tenho que concluir que sopram actualmente ventos de intolerância e racismo na Alemanha.
É certo que o meu primeiro emprego na Fábrica Militar de Braço de Prata como tradutora de alemão na Inspecção Alemã de Armamento, me fez aprender na pele a exigência, rigor e produtividade exigida pelos Coronéis Alemães com quem trabalhei.Pelo menos deu-me a experiência que me permitiu ficar nos 3 primeiros lugares do Concurso para o ex-Banco de Angola, como tradutora de inglês,alemão e francês.
A minha experiência diz-me que na generalidade há mais inveja nas mulheres do que nos homens quando se é bonita e nos homens se se é inteligente e tem que se contar com um certo assédio sexual por parte destes.O que há mais é chefes burros e homens engatatões.Talvez agora que quase todos são licenciados seja diferente, mas é da natureza humana.A competição talvez seja maior ainda, nos tempos que vão correndo.
No entanto já tinha verificado no contacto com o meu genro e sua família, a mania da superioridade dos alemães sobre os outros povos, o muito que bebem, o lado conservador e destrutivo das suas relações com as mulheres e filhos que acabou por levar a minha filha e neta a serem tratadas por Psicólogos.
Como eu gostaria que a minha filha regressasse a Portugal para junto da família, mas lá ganham muito mais e ela vai ser avó em Dezembro.
Imagino o estado de desânimo que estes acontecimentos lhe podem causar depois de ter ultrapassado uma adolescência difícil, uma divórcio e uma filha única problemática.
Esta mensagem é-te dedicada querida filha ,agora que te vou ter por cá alguns dias.E já sabes conta sempre com o meu apoio.Gosto muito de ti...
E viva o Portugal Saloio mas País de Afectos, e porque não ,viva a Grécia que é um povo tão semelhante ao nosso!